quarta-feira, 25 de março de 2020

A educação infantil e a pandemia

Este poderia ser um diário de bordo,  estamos a sete dias em afastamento social para tentar conter uma pandemia que tem horrorizado o mundo. 
Um turbilhão de informações,  verdadeiras e outras nem tanto estão nos assediado a cada minuto por todas as redes. 
Ontem,  dia 24.03 fomos convidados pela S.M.E. a realizar algumas atividades com nossa crianças de forma on line, pelo fato de estarmos cumprindo o decreto de 30 dias sem atendimento nos CEIS e em toda Educação de todo Estado e da maioria dos  municípios  do país.

Eu,  que tenho a obrigação ética de ser crítica,  precisei entender bem como foram pensadas as interações para este período e me foi explicado... na medida do possível. 


Este texto não é  político, apesar de que nossas decisões sempre são, esta e um conversa que tem caráter técnico!

Vivemos dias totalmente exóticos  em que as pessoas da minha geração e todas as depois dela, nunca viveram.  
Assim como é inusitada  esta situação,  já passamos por dias de  susto, medo, oração, fé,  reflexão e ociosidade criativa.  
Eu confesso,  tem uma ponta de alívio em não estar fazendo gestão em tempos tão áridos, por outro lado, compreendo perfeitamente o despreparo de alguns em lidar com a situação.  

Eu dedico minha vida a educação,  tenho estudado anos e anos consecutivamente, sei pouco mas este pouco  sustenta minhas crenças e minhas  práticas. Percebam,  provavelmente como a grande maioria de vocês também me sinto aqui, impotente e sem saber direito como proceder. 

Ao  saber sobre as atividades on line , primeiramente fui buscar informação,  na legislação vigente,   nos órgãos colegiados e  compreendi que o que se propõe na educação infantil,  na minha área de atuação, são interações com as crianças e com as famílias . 

Segundo a UNDIME, União dos Dirigentes Municipais de Educação, em seu posicionamento público - Propostas para enfrentar os efeitos da pandemia do Covid-19 na educação.   "as atividades, em um primeiro momento, devem ser complementares e não substitutivas às aulas. Essa primeira fase necessita ser monitorada e avaliada, por meio de indicadores de acesso e eficácia, para aí então ser analisada a possibilidade de implementar aulas por EAD em caráter de substituição às aulas presenciais;"
Seria interessante ler na  íntegra: https://bit.ly/33GQKaF


São muito fatores estruturais e de preparo para que esta proposta seja viável.

Na educação infantil se experimenta,  se toca,  se cheira,  se conhece, se garante direitos de aprendizagem nos mais variados campos de experiência.  Isso tudo precisa ser recheado de movimento e ludicidade,  aventuras reais do mundo da imaginação e do mundo concreto.   As interações e as brincadeiras devem ser uma constante e muito depois disto pensa- se em sistematização. Como diria o Prof. Criancista. Dr. ALTINO Martins filho (meu amigo e mestre) as experiências não cabem numa folha A4.
Por crer fielmente nesta necessidade de permitir a infância, me senti desafiada,  preocupada e pensativa.
E conclamo todos os profissionais de educação a pensarem seriamente nesta perspectiva. O que tem sentido propor na educação infantil de forma on line. Como fazer? Qual os objetivos a serem atingidos?


É tempo de reinvenção e eu procurarei cumprir o combinado e oportunizar experiências as minhas crianças que lhes permitam se alegrar,  aprender e conviver com suas famílias. Preciso de vocês famílias,  de uma forma mais intensa do que nunca.  Vamos fazer esta crise mundial ficar a favor de nossas crianças de alguma forma. 


Sou fiel ao que acredito, a minha concepção de criança de educação e também com a proposta pedagógica que coloco em prática todos os  dias.

Será DESAFIADOR e espero verdadeiramente somar e aprender com tudo isso.

Cátia Regina Marangoni Geremias
Professora 

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