sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Prefácio Póstumo: Abraham Lincoln

 

Prefácio Póstumo: Abraham Lincoln

Abraham Lincoln (1809 a 1865) foi o 16° Presidente dos Estados Unidos, eleito em março de 1861.
Ele liderou o país, de forma bem-sucedida, durante sua maior crise interna, a Guerra de Secessão, preservando a União e abolindo a escravidão.



Esse é o Prefácio do livro ''Oportunidades Disfarçadas'' do autor Carlos Domingos:


“Meu prezado senhor,

Direi apenas algumas poucas palavras.

A vida fez de mim um homem bem familiarizado com as decepções.

Aos 23 anos, tentei um cargo na política e perdi. Aos 24 anos, abri uma loja e não deu certo. Entre os obstáculos, tive um colapso nervoso, disputei eleições para o Senado, Presidência e finalmente, fui eleito presidente dos Estados Unidos aos 51 anos de idade.

Por isso, não venha me falar de dificuldades, tropeços ou fracassos. Não me interessa saber se você falhou. O que me interessa é se você soube aceitar os tropeços e aprender com eles.

Aprendi a tolerar os medíocres; afinal, Deus deve amá-los, porque fez vários deles.

Aprendi que, quando se descobre que uma opinião está errada, é preciso descartá-la.

Aprendi que a melhor parte da vida de uma pessoa está em suas amizades.

Se você está vivendo um momento temporário de fracasso, posso afirmar, com certeza da minha maturidade, ou dolorida experiência, que você jamais falhará se estiver determinado a não fazê-lo.

Por mais que encontre dificuldades pelo caminho, não desista.
Saiba que o campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.

Sinceramente,

Abraham Lincoln

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Piso Salarial e Valorização da Classe dos Professores

       


             A escrita tem o poder de chegar aos lugares mais   longínquos. Pra mim, ela pode servir de alívio, de registro de repúdio, de expressão de luta e de muitas coisas mais, dependendo do contexto.

Desejo que este relato chegue aos políticos, aos gestores, aos professores, não somente aos iniciantes aos quais dedico também todo o meu respeito, mas este aqui é para os professores de carreira.  Aqueles, que como eu dedicam oito, dez, quinze, vinte anos de suas vidas a esta nobre profissão, para os alunos, para as suas famílias, a todas as adversidades, reinvenções e conquistas que aconteceram nestas últimas três décadas, das quais, posso falar com propriedade.

Sou Educadora a tempo suficiente para fazer algumas analogias, e no trilhar desta caminhada   conheci muitos formatos do FAZER na educação. Iniciei menina, com quatro séries de ensino fundamental   em uma sala, sem merendeira   e sem faxineira para o apoio nos trabalhos. Naqueles tempos a educação infantil era assistencial, com uma concepção totalmente diferente da de hoje.  O transporte escolar mal havia iniciado, faltava programas suplementares de material didático, livros, brinquedos, nem tempo disponível para planejar ou sequer para formação continuada... Sobravam outras tantas coisas!

A comunidade escolar manifestava um maior respeito pela minha profissão, no passar dos anos e por múltiplos fatores que não são objetos de análise aqui, este respeito se perdeu, ou diminuiu consideravelmente. Percebo através das parcerias de hoje que o envolvimento família instituição está se fortalecendo e quiçá possa retomar o seu verdadeiro sentido.

Os anos de gestão contribuíram e muito para minha formação como pessoa, para aprimorar meu senso de justiça, para o valor que eu dedico hoje a educação. Eu conheço, convivi e convivo com pessoas abnegadas e verdadeiramente dignas da magnitude do cargo que ocupamos, em detrimento de outras que eu torcia para procurarem outro trabalho aos quais tivessem perfil e que lhes desse prazer e felicidade.

Este breve relato da minha história, ilustra  e se assemelha a de muitos dos meus colegas de ofício. Por sorte, os anos não me roubaram os princípios, os valores que acredito e nem o imenso amor pela minha profissão, que sei ser a missão que vim desempenhar neste mundo. 

Sim, o campo da educação é como o de toda e qualquer profissão um lugar que tem pessoas admiráveis que cumprem o seu papel, conhecem e executam direitos e deveres, garantem direitos de aprendizagem e também de profissionais que não são assim.

    Não quero entrar no mérito da comparação da educação ser melhor   ou pior, mais fácil ou mais difícil, são tempos diversos, muito diversos, cada qual com suas potencialidades e mazelas.

E para aqueles comentaristas de plantão, que sequer entraram um dia em uma sala de aula e se acham na condição de   dizer que a educação não mudou, que não houveram avanços, que não houveram conquistas, tem aqui uma pessoa que contesta e fundamenta veementemente esta ideia. Muitas ou todas as conquistas no campo educacional foram fruto de lutas que se concretizam na contemporaneidade.

Temos uma vasta legislação educacional, muito bem escrita, diga-se. Recentemente a Base Nacional Curricular, aliada  a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, os indicadores de qualidade as resoluções e pareceres dos Conselhos a participação social na educação. Tudo representou caminhada e conquista, ainda que transpor para a prática seja o maior dos desafios.

Um passado bem próximo trouxe conquistas emblemáticas, como a elaboração do plano de Carreira, o incentivo a formação continuada, o despertar do gosto dos profissionais em  buscarem o constante aprendizado, o piso salarial do magistério. 

Em 16 DE JULHO DE 2008 foi regulamentado a Lei, para instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Nestes treze anos já trouxe ao palco muito debate, dúbias interpretações e também já deflagrou reais intenções de gestores, concepções de gestão baseadas em obras  e no processo pedagógico. Tem perpassado sempre   em palanques políticos como discursos efusivos de valorização.

Quando se valoriza um profissional?  Como?

Apenas financeiramente? As respostas divergem, certamente.

Neste caso eu falo de salário  e a minha fala vem hoje do chão da sala, mas poderia vir da gestão, lá sempre travei as melhores lutas,  não   consigo me calar diante da condução do pagamento dos profissionais de educação.

O valor do reajuste  anunciado pelo governo Federal nesta quinta-feira (27/01) através do Presidente da República foi  de 33,24% , o piso para 2022 será de R$ 3.845,63  para cargas horárias de 40h semanais. O maior aumento desde sua implantação. É expressivo e até exagerado talvez, mas resultou do cálculo com base no crescimento percentual dos valores mínimos do FUNDEB de dois anos anteriores. A que se determina que seja pago  para os iniciantes da carreira  ou para os  não atingem o valor do base, segundo  a Lei.

Neste rumo, muito em breve iniciantes da carreira e professores   com uma década de trabalho terão o mesmo salário. Eu não posso considerar isso correto. Pagar por pagar? Só dinheiro garante uma educação de qualidade? Evidente que não! É necessária avaliação funcional bem-feita   e com critérios, produtividade exigida, mas também VALORIZAÇÃO a todos os que merecem!

O que significa valorizar na carreira? Volto a grifar, é Lei e justo que os professores iniciantes na carreira recebam o piso, diante do trabalho que desempenham, para muitos, o valor ainda é pouco.

Sei do impacto financeiro nos percentuais de folha. Lutamos a muito tempo para desvencilhar a folha da Educação do restante dos funcionários da administração pública, para a composição de índices.   Esta bandeira precisa ser verdadeiramente levantada. Me surge como uma das  únicas saídas possíveis.

Mas   e os que já estão na caminhada? Tudo que já fizeram, passaram e conquistaram?  É justo não terem o valor aplicado na carreira, parte dele, pelo menos? Precisa-se abrir espaço para negociação, para conversa, para valorização financeira de fato!

A luta professores deste meu BRASIL varonil, não é somente pelo piso salarial, é muito maior e mais intensa para que os PLANOS DE CARREIRA não sejam “rasgados” e para que conquistas históricas não se percam nesta imensidão de falácias. A luta, é para que a nossa história e tudo que caminhamos para chegar até aqui, seja respeitada! Que os gestores possam refletir, ponderar,  agir em favor da Educação e lembrar  em última instância, que voltarão ao chão da sala de aula um dia, quase todo mundo volta!

Esperançosa que sou, eu sigo lutando pela nossa classe.



Novo Piso Salarial 2024

  A luta está em torná-lo  real no holerite dos profissionais