Sempre defendi a
ideia de que uma educação de qualidade precisa passar por avaliações
permanentes, sejam elas nas estratégias que os professores utilizam
para avaliar seus alunos, na forma que os professores e gestores são avaliados,
na maneira que eles possam avaliar o sistema de ensino e quando a comunidade escolar
participa destas avaliações o ciclo se
completa. Evidente que avaliar
apenas para atingir metas ou números não condiz com o conceito. Cada avaliação
deve ser aplicada num processo formativo onde ao invés de reclamar ou festejar
resultados, possa se perceber o que é possível aprimorar e realmente construir conhecimento, alunos
críticos e criativos e educação de qualidade.
Minhas análises se estendem ao IDEB, uma forma se não perfeita mas
interessante de verificar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é um indicador criado pelo governo federal
para medir a qualidade do ensino. Criado em
2007 para medir a qualidade de cada
escola e de cada rede de ensino. Na sua primeira aplicação, tive a oportunidade
de participar como gestora, muito já melhorou. Mesmo porque
era uma novidade para todos, professores, gestores, alunos, pais.
Posso
afirmar que depende e decisoriamente da seriedade da aplicação das provas o quanto
realmente o aluno aprendeu, o quanto
realmente ele realiza as atividades de interpretação sem auxílio dos
avaliadores, para que se compreenda, das informações prestadas nos índices se
são reais ou não, se nelas não existiram erros ou equívocos de desatenção .
Presenciei informações que foram enviadas incorretamente e depois de computadas
tornam-se imutáveis, baixaram os índices e
precisaram aguardar nova avaliação
dois anos depois.
É uma forma de medir e avaliar num
cenário nacional, com toda a
complexidade que nosso país possui, sejam elas
territoriais, regionais ou locais. O indicador é calculado com base no desempenho
do estudante em avaliações do inep
e em taxas de aprovação. Assim, se o sistema de aplicação e de
informações for realmente sério e os
alunos realmente estiverem aprendendo e frequentando ativamente as escolas,
chegaremos a um número que possa
expressar algo verdadeiro. Evidente que dados alcançados em educação dependem
historicamente de um processo educacional, diferente do que alguns
imaginam um índice positivo ou não, não se atinge da noite para o dia, depende de uma
caminhada e de muitos profissionais envolvidos no processo. Já presenciei
professores vibrando por que os “seus” alunos foram bem, não compreendendo eles
que os seus alunos tem uma história educativa, para chegarem ao ponto que estão.
Certamente existem avanços e
conquistas na educação, caso contrário estaríamos escrevendo na lousa, contradigo veementemente aquela velha história de que se
um homem ficasse dormindo por muitos anos e acordasse tudo estaria diferente e o único local que estaria igual seria a
Escola. Não! A Escola não está igual ela melhorou e muito, em alguns quesitos
possa até ter piorado, talvez quando
começou a perder o envolvimento com as comunidades locais e com as famílias, e
vice versa, mas que agora vem retomando.
Nossas
conquistas são fruto de muito trabalho sério e
bem intencionado, de profissionais que
merecem o título de professores, de gestores que sabem gestionar, de formação
inicial e continuada, de material
didático e tecnológico, leis, resoluções, conselhos instituídos, enfim de todas
as vitórias que foram se realizando ao
longo da história.
Dos números propriamente ditos, estes que a mídia nos apresenta e que
certamente será utilizado em “palanques”, basta observar o contexto e verificar
que ainda precisamos avançar muito, é inegável. Precisamos de mais investimentos e aplicação
gestora em educação. Inconcebível que nos conformemos com o que se apresenta, ainda mais quando
temos certeza de quantos analfabetos funcionais frequentam nossas séries finais, de quantos terminam as séries
iniciais sem decodificar letras, de tantos outros que não interpretam não produzem textos, não leem
com fluência e não conhecem e lutam pelos
seus direitos de cidadãos. Não conseguem ser aprovados em vestibulares
ou outras provas. De quanto falta neste
Brasil de meu deus. Basta observar a qualidade de alguns cursos de formação de
professores, na falta de gestão das
políticas públicas, no acesso a livros e materiais didáticos , na falta de
planejamento e de vontade de alguns
profissionais, na falta de salários dignos e incentivo profissional. Temos muitos
abnegados, profissionais da educação, que caminham SEMPRE independente de,
minha deferência especial a todos que tem a profissão e a vocação de serem professores, somos parte
ativa das conquistas.
Eu acredito na
EDUCAÇÃO, mas sei que ainda tem
muito por se fazer e sei que
sempre terá!
Cátia Regina Marangoni Geremias
Professora e Assessora Educacional
Cátia, eu concordo Plenamente e acho que a Avaliação deve ser em todos os tipos de trabalhos. Eu particularmente me auto-avalio sempre. Seja eu mesma ou pedindo ajuda. Quero sempre saber se uma palestra que dei aos alunos foi legal, o que preciso melhorar para a próxima, se as merendeiras gostaram da formação, se as crianças/alunos estão gostando do cardápio. Beijos, Cátia, fique com Deus.
ResponderExcluirPARABÉNS PELO BELO TEXTO. Falou tudo mesmo. E claro que os profissionais que fazem a diferença precisam mesmo serem parabenizados , pois esses acreditam numa educação de qualidade e fazem acontecer o diferencial.
ResponderExcluirConcordo veemente com seu texto. Afinal de contas a avaliação é fato para "medir" o conhecimento dos alunos/crianças. E tbém nos auto avaliar constantemente, nosso trabalho não pode ficar a mercê, sem linhas a serem seguidas, sem planejamento, sem registros, sem pedagógico... mas nem tudo são flores...Creio que na educação em si, falta muito para ser de qualidade, por uma Bandeira da Educação para e de TODOS.
ResponderExcluir