terça-feira, 4 de abril de 2017

INCLUSÃO NA ESCOLA

Inclusão de alunos com autismo na escola

Tire aqui as suas principais dúvidas sobre a inclusão escolar do aluno com autismo, esquizofrenia e outras particularidades mais subjetivas

05/09/2013 14:51
Texto Cynthia Costa
Educar
Foto: Maurício Melo
Foto: INCLUSÃO
Crianças portadoras de alguma deficiência psicológica não devem ser excluídas do sistema de ensino. Pelo contrário: na escola deve-se buscar soluções pedagógicas para elas.
O que é uma deficiência mental? E uma doença mental? Estas duas perguntas abrem um mundo de interpretações: cada linha de estudos psicológicos, sociológicos, antropológicos e pedagógicos costuma adotar uma concepção diferente. Além disso, novas pesquisas lançam luz sobre o tema todos os anos. Diante disso, quando o assunto é inclusão, a tarefa da escola não é responder a essas questões, mas sim tornar possíveis o aprendizado e a adaptação do aluno com desenvolvimento atípico.

Inclusão e diversidadeEspecial Inclusão e Diversidade 
Reportagens especiais sobre como promover a inclusão de crianças especiais nas escolas


Entre diagnósticos relativamente comuns, estão o autismo, a esquizofrenia e diferentes tipos de psicose. Todas essas condições pedem tratamentos específicos, realizados por equipes multidisciplinares. A boa notícia é que, uma vez tratada e acompanhada, não há motivo para que a criança não seja incluída e desenvolva bem o seu aprendizado. O papel da escola é, sobretudo, pensar em soluções pedagógicas para ela.

"Uma escola inclusiva deve ter um bom projeto pedagógico, que começa pela reflexão. Diferentemente do que possam pensar, a inclusão vai muito além de ter rampas e banheiros adaptados", observa a psicopedagoga e arteterapeuta Bianca Acampora, especialista em desordens de aprendizagem e autora do livro Psicopedagogia Clínica - O Despertar das Potencialidades (Wak Editora).

A cartilha Atendimento Educacional Especializado em Doença Mental, do Ministério da Educação, é uma leitura imprescindível sobre o assunto. Além dessa fonte, Bianca Acampora e outras especialistas ajudaram o Educar para Crescer a traçar alguns princípios básicos sobre a inclusão do aluno com deficiência ou doença mental. Veja abaixo aspectos importantes.

Como liderar uma escola

 nos dias atuais – Conceito e Liderança


Liderar uma equipe é promover novas maneiras de pensar e agir. Esta prática desenvolvida pelos gestores não deve ser imposta ao corpo docente. Primeiramente, é necessário que ele analise a situação, compartilhe com os seus colaboradores para que esses se preparem para dialogar com os professores, porque assim efetivamente acontecerá a mudança, quando atingir o aluno. A transformação só ocorrerá após se conscientizar de que alguns princípios e procedimentos básicos deverão ser adotados:
1. Pessoas: promover a conscientização da necessidade de mudar
2. Tempo: ter clareza que muitas etapas deverão ser desenvolvidas
3. Espaço: envolver toda cultura organizacional da escola
O gerenciamento de uma escola se dá através das inteligências múltiplas, de acordo com Gardner, quando usamos o lado racional (verbal, linguístico e lógico-matemático), e, essencialmente, quando usamos o coração (intrapessoal: autoconhecimento; e interpessoal: se colocar no lugar do outro).
Partindo desses conceitos, o líder será a referência pelo que faz e como faz. Ele necessita de muita clareza e entendimento para transmitir as diretrizes e tomadas de decisões diante da sua equipe. Se existe a insegurança, entre o que se sabe ou o que pensa que sabe, o procedimento é saber o que o outro pensa, e somente o diálogo, perguntas e investigações possibilitarão o que fazer. Isto aumentará a eficácia do resultado e a credibilidade do papel do gestor na equipe.
Se o gestor compartilha com os membros da sua equipe, não fará com que os participantes sejam seguidores sem vontade própria. A resolução dos problemas em grupo permite a formação do raciocínio das pessoas, sem que ela assuma a situação para si. A receptividade do líder em ouvir é essencial, compreender melhor o outro e ter a convicção que o aprendizado de todos deve ser crescente. Portanto, não há “o dono da verdade”, e a posição isolada diante da equipe torna-se prejudicial para o trabalho coletivo.
O foco do trabalho do gestor é primordial, investir o seu tempo em coisas importantes aumentará o seu reconhecimento por parte da equipe e quais serão suas atitudes diante de algumas circunstâncias. A previsibilidade facilita para que as coisas aconteçam, como a implantação de algo novo pela equipe, não desanimar os integrantes sem antes ter colocado em prática.
A habilidade de liderar um grupo é ter a direção definida e expressar os objetivos claramente do que se quer atingir, ou seja, a meta. O domínio é aliado à participação em todos os aspectos, juntamente com os conhecimentos básicos e as qualidades pessoais. As habilidades podem ser adquiridas através de leituras, grupos de estudos, análise de situações vividas na escola, onde os integrantes passarão a refletir e desenvolverão o senso crítico, logicamente com opiniões diferenciadas. A cultura profissional e a comunicação requerem disciplina e aceitação que o outro pode contribuir para o seu desenvolvimento.
(Por Márcia Regina do Carmo Claro Oliveira)

segunda-feira, 3 de abril de 2017

O ATO DE EDUCAR


O ato de educar não é mecanicamente profissional 
O ato de educar é de mais árdua paixão, de amor incondicional.
O ato de educar exige engajamento, comprometimento, abnegação.
É uma luta física e mental diária onde buscamos muito mais do que um simples salário no fim do mês... 
Buscamos atingir todos os objetivos... 
Desenvolver todas as habilidades... 
Orientar todos os conhecimentos... 
Facilitar todas as aprendizagens... 
O prêmio? É a realização pessoal vinda através de um sorriso de criança frente a uma nova descoberta. Somos, sim! Sonhadoras de um mundo justo repleto de cidadãos críticos, questionadores, participantes, ativos numa Sociedade igualitária, digna, honesta...
Acreditamos no ato de educar em busca do nosso sonho. 
Ousamos no desafio de inovar dentro da sala de aula.
Somos partículas de Deus enviadas especialmente para essa sublime missão: Educar!



Texto de Patrícia Fontes, adaptado por Regina Gregório

A ESCOLA DOS MEUS SONHOS




Lá no fundo dos meus sonhos existe uma escola com amplas portas sempre abertas, onde encontram-se os professores, no início do turno, recebendo seus alunos com um caloroso abraço e um sorriso sincero de boas-vindas.
Na escola dos meus sonhos, que fica lá no fundo da minha mente e num cantinho todo especial do meu coração, existe um amplo jardim, onde crianças e jovens interagem com a natureza amando-a, respeitando-a e preservando-a de uma forma tão sólida que se reflete em seus lares voluntária e naturalmente... Lá não se vê nenhum papel no chão e todo o lixo é reciclado...
Nesta escola situada lá nos confins do meu cérebro utópico e bem no meio do meu coração apaixonado pela educação, cada professor tem a sua sala personalizada e a cada troca de turma, vai esperar, na porta, aqueles que são a razão de seu trabalho, cumprimentando-os novamente com um sorriso sincero estampado em seu rosto... Lá os professores e funcionários não se importam em “perder” parte do tempo com o relacionamento humano... Na minha “escolinha”, o professor torce e luta pelo crescimento pessoal dos seus alunos que ocupam o lugar reservado a grandes amigos em seu coração e não se importa de fugir do conteúdo e aconselhá-los de vez em quando, de uma forma despretensiosa e sincera... No educandário dos meus sonhos só se aceita professores que tenham, além da formação acadêmica, o amor ao próximo no seu currículo...
Na escola dos meus sonhos não existe livro-ponto, pois as pessoas que lá trabalham, amam o que fazem, nunca faltam e quando precisam ausentar-se por motivos inevitáveis, sentem uma grande angústia por estarem longe da sua paixão... Nesta escola, o professor é valorizado e respeitado, trabalha com uma estrutura completa, sabe fazer uso de todas as tecnologias e nunca se cansa de aprender...
Na minha escola, escondida no meio das minhas utopias, tem uma biblioteca ampla, arejada, mobiliada e (principalmente) cheia de livros, onde o aluno encontra-se com seus mestres, pois é lá que eles estão na tal “hora atividade”. 
Na escola dos meus pensamentos grandiosos, não se usa mais o divã da sala dos professores, aliás nem existe tal lugar, somente um ambiente altamente agradável onde professores, alunos e funcionários passam o mesmo recreio, comem o mesmo lanche e participam das mesmas conversas... Lá no fundo da minha mente e bem no meio do meu coração, tem uma escola onde todos lutam pelos mesmos ideais, caminham na mesma estrada, rumo ao conhecimento que não se importa com a quantidade de dias letivos, acessível a todos de forma eclética e dinâmica...
De repente minha mente pára, meu coração retoma o compasso monótono, volto para a realidade e percebo que parte da escola dos meus sonhos já existe... Só a casca... Ainda está verde... E as intempéries não a deixam amadurecer como deveria.

Rubem Alves

RESOLUÇÃO Nº 3, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO DELIBERATIVO
RESOLUÇÃO Nº 3, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017
Dispõe sobre a prorrogação do prazo para a Entidade Executora prestar contas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas - SiGPC, exclusivamente com relação aos valores repassados no exercício de 2016, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE e do Programa Nacional ao Transporte do Escolar - PNATE.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
O PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 7º, § 1º, da Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, os arts. 4º, § 2º, e 14 do Anexo I do Decreto nº 7.691, de 2 de março de 2012, e os arts. 3º, inciso I, alíneas "a" e "b"; 5º, caput; e 6º, inciso VI, do Anexo da Resolução CD/FNDE nº 31, de 30 de setembro de 2003, e
CONSIDERANDO:
Que o dever de prestar contas é uma obrigação constitucional, conforme parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal;
O disposto na Resolução CD/FNDE nº 2, de 18 de janeiro de 2012, a qual estabelece orientações, critérios e procedimentos para a utilização obrigatória, a partir de 2012, do Sistema de Gestão de Prestação de Contas - SiGPC, desenvolvido pelo FNDE para a gestão do processo de prestação de contas;
Os resultados das eleições ocorridas, na qual foram eleitos mais de cinco mil prefeitos municipais, sendo a maioria gestores eleitos para primeiro mandato;
Que prefeitos em início de gestão devem cadastrar ou atualizar seus dados junto ao FNDE;
Que os novos prefeitos devem solicitar senha para acesso ao SIGPC, e centenas de municípios ainda não o fizeram;
Que o art. 45 da Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013 - que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE -, determina o prazo para a Entidade Executora prestar contas no SiGPC será até 15 de fevereiro do exercício subsequente; e
Que o art. 16 da Resolução CD/FNDE nº 5, de 28 de maio de 2015 - que estabelece as formas de transferência de recursos financeiros do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE -, dispõe que a prestação de contas consiste na comprovação pelas Entidades Executoras da aplicação dos recursos recebidos à conta do PNATE, incluídos os rendimentos auferidos, e deve ser enviada por meio do SiGPC até 28 de fevereiro do ano subsequente ao da efetivação do crédito, resolve, ad referendum:
Art. 1º O FNDE receberá, excepcionalmente, até 30 de abril de 2017, por meio do SiGPC, a prestação de contas do PNATE e o PNAE, relativas ao exercício financeiro de 2016.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput deste artigo, os Conselhos Sociais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB e de Alimentação Escolar, referidos no § 4º do art. 1º da Resolução CD/FNDE nº 2, de 2012, deverão emitir parecer e encaminhar as prestações de contas dos referidos programas ao FNDE, por meio do Sistema de Gestão de Conselhos - SIGECON, até o dia 14 de junho de 2017.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MENDONÇA FILHO
D.O.U., 24/02/2017 - Seção 1

15 atitudes para ser um líder de sucesso


 
Muitas pessoas buscam entender os segredos da arte de liderar uma equipe. Entretanto, ser um líder é algo muito mais inconsciente e automático do que somente assumir as responsabilidades.
Sob pressão, o líder é aquele que precisa definir as melhores soluções de maneira rápida e espontânea. Mas… como os líderes sabem tomar as melhores decisões? O processo de determinar com convicção o desfecho de uma situação imprevista está relacionada com o acúmulo de experiências adquiridas de circunstâncias cotidianas. Depois de tantas vezes, eles tornam-se imunes à pressão e intuitivos em elaborar estratégias. Os líderes mais bem-sucedidos são aqueles que tomam decisões instintivas.
Para aprimorar sua capacidade de liderança, segue 15 atitudes diárias para triunfar no trabalho.
1 – Trazer segurança para a equipe.Muitos líderes intimidam sua equipe pelo nome, título e poder ao apenas entrar em uma sala. Porém, os líderes que são mais bem-sucedidos encorajam os outros a expressarem suas opiniões. Incentivar a equipe é um papel fundamental para criar um ambiente seguro em que todos tenham confiança em expor seus pontos de vista.
2 – Fazer acontecer.Os líderes são especialistas em tomar decisões! Eles concentram o diálogo entre os membros da equipe para chegar a uma conclusão estratégica. Como parte de um processo natural do trabalho, estão aplicados em “fazer acontecer” a todo o momento.
3 – Comunicar expectativas.Grandes líderes são grandes comunicadores. A função de notificar a equipe sobre o desempenho de determinado período faz parte do posto de líder. Alertar os funcionários sobre os valores da organização garante que as tarefas estão sendo executadas de maneira correta.
4 – Desafiar a equipe a pensar.Os melhores líderes conhecem a capacidade da equipe com que trabalha, por isso sabem exatamente como desenvolver as características de cada funcionário.  Eles usam seu próprio conhecimento para desafiá-los a alcançar sempre mais. Destacam-se em deixar todos confortáveis para crescer.
5 – Ser responsável com a equipe.Líderes de sucesso permitem que todos possam fazer cobranças entre si. Isso não quer dizer que estejam admitindo uma espécie de controle, mas sim, assegurando pró-atividade para a equipe. Agir de forma responsável com os compromissos diante dos outros é um sinal de que o líder também se concentra nos resultados do grupo.
6 – Dar exemplo.Nem todos praticam o que pregam e poucos têm consciência de suas ações. Contudo, sabem que são constantemente observados, pois servem de espelho aos que querem aprender. O líder é o mais visado da equipe, deve ser um exemplo de excelência.
7 – Recompensar bom desempenho.Um grande líder sabe reconhecer esforços sem se importar com resultados. Isso demonstra confiança na equipe, já que tem consciência de que com trabalho duro e coletivo podem chegar juntos aos objetivos traçados. Recompensar é essencial para estimular os funcionários.
8 – Fornecer feedback.Os empregados querem saber se estão tendo um bom desempenho. Prestar atenção e apreciar ideias é um modo de mostrar a importância dos membros da equipe, assim criando um relacionamento de confiança mútua.
9 – Aproveitar talentos da equipe.Conhecer o talento da equipe é um ponto, mas saber como usá-lo é ser um líder nato. Os especialistas no assunto conseguem utilizar a habilidade única de cada funcionário de acordo com situações específicas.
10 – Fazer perguntas e pedir conselhos.“Saber mais e mais” é o lema de um líder, ele está constantemente em busca de conhecimento. Fazer perguntas e pedir conselhos aos outros ajuda no esclarecimento e desenvolvimento das atividades.
11 – Resolver problemas.Os líderes bem-sucedidos enfrentam os problemas de frente e sabem como descobrir o cerne do assunto em questão. Dessa forma, aprendem a não evitar situações desconfortáveis.
Ficar a frente na vida é fazer as coisas que a maioria das pessoas não gosta de fazer.

12 – Criar positividade ao ambiente.Um líder inspirador sabe criar uma cultura de trabalho positiva. Simpático, respeitado e obstinado, ele compreende bem o tom para motivar os funcionários. A atmosfera agradável aumenta a força de vontade.
13 – Ser bom professor.O líder é um mestre que nunca para de ensinar porque está sempre motivado a aprender! Deixar seus funcionários bem informados é uma prática habitual de extremo valor.
14 – Investir em relacionamento.Líderes não devem se desgastar ou concentrar em proteger seu domínio no trabalho. Ao invés disso, precisam expandi-lo, pois seu sucesso depende do sucesso dos outros. Investir no relacionamento da equipe tem a capacidade fazer sua empresa voar cada vez mais alto.
15 – Saber a influência que possui.Líderes amam ser líderes – não por causa do poder, mas pelo impacto que podem criar sobre os outros.
“Alguém que tem o poder de influenciar outros, é um líder”, já dizia Chuck Swindoll.
fonte: https://www.nibo.com.br/blog/15-atitudes-para-ser-um-lider-de-sucesso/

Artigo: Desistir de um aluno


Por Leandro Karnal

Uma vez escrevi para um congresso sobre a aproximação entre o método materno e o pedagógico. O texto que fiz era o seguinte:

Hoje, eu acho que ser paciente é a maior virtude do professor. Não a clássica paciência de não esganar um adolescente numa última aula de sexta-feira, mas a paciência de saber que, como diz Rubem Alves, plantamos carvalhos e não eucaliptos. Nossa tarefa é constante, difícil, com resultados pouco visíveis a médio prazo. Porém, se você está lendo este texto, lembre-se: houve uma professora ou um professor que o alfabetizou, que pegou na sua mão e ensinou, dezenas de vezes, a fazer a simples curva da letra O. Graças a essas paciências, somos o que somos. O modelo da paciência pedagógica é a recomendação materna para escovar os dentes: foi repetida quatro vezes ao dia, durante mais de uma década, com erros diários e recaídas diárias. As mães poderiam dizer: já que vocês não querem nada com o que é melhor para vocês, permaneçam do jeito que estão que eu não vou mais gritar sobre isso (típica frase de sala de aula...). sem essas paciências, seríamos analfabetos e banguelas. Não devemos oferecer ao nosso aluno, especialmente ao aluno que não merece e nem quer esta paciência – este é o que necessita urgentemente dela. Doente precisa do médico, não o sadio. O aluno-problema precisa de nós, não o brilhante e limpo discípulo da primeira carteira.

É um erro que já cometi muito. Um aluno não me ouve. Não faz nada do que eu peço. Diante de qualquer tentativa, sutil ou forte, ele reage com indiferença absoluta. Eu insisto, chamo para conversar, estimulo, repreendo. Nada. Absolutamente nada. Todos os colegas dizem o mesmo: “esse aí não quer nada com nada”.

Parece que o aluno, o Dna, os colegas, o sistema e tudo o mais indicam que devemos desistir. Afinal, o que eu posso fazer com apenas aquele tempinho e tendo tantos estudantes para atender? Nesse momento, queria dizer para mim e ler muitas vezes para mim e aproveitar para dizer a vocês: não desistam. Desistir de um aluno e declarar que nada mais pode ser feito é um fracasso doloroso para todos, para o professor inclusive. Acho que há momento para desligar as máquinas num centro de tratamento intensivo. Acho que há momentos em que a doença vence. Mas gostaria, na minha vida profissional, que eles fossem escassos. É a vitória da morte, num hospital ou numa sala de aula.

O mais dramático é que, por vezes, é o aluno que nos pede para desistir. Ouvi tanto isso deles. “Não adianta, professor. Eu não quero aprender...” encare sempre esse desafio. Quem não quer é o que mais precisa. Volto para a escova de dentes...

Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela UNISINOS e doutor pela USP. Atualmente leciona na UNICAMP. Será palestrante no Encontro Nacional de Mediação de Conflitos – CEAT/2013, em Lajeado/RS.

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