Em um mundo violento, cheio de preconceitos e mal entendidos, busca-se ansiosamente por soluções. Precisamos criar relacionamentos interpessoais baseados em respeito mútuo, compaixão, e cooperação.
Marshall Rosenberg, usou sua experiência como psicólogo e criou o método da comunicação não violenta (CNV) ou compassiva, uma ferramenta eficiente para capacitar aqueles que visam se autoeducar para restabelecer a confiança mútua entre pessoas, instituições, povos e nações. Embora possamos não considerar “violenta" a maneira de falarmos, nossas palavras não raro induzem à mágoa e à dor, seja para os outros, seja para nós mesmos.
“Classificar e julgar as pessoas estimula a violência.”
“Comparações são uma forma de julgamento”
“As pessoas devem se contentar com o que recebem e não ser demasiado gananciosas – uma lição fundamental no modo de vida não – violento.”
“Há menos violência em culturas nas quais as pessoas pensam em termos das necessidades humanas.”
“A menos que nos tornemos a mudança que desejamos ver acontecer no mundo, nenhuma mudança jamais acontecerá. Infelizmente, estamos todos esperando que os outros mudem primeiro" (Arun Gandhi)
A não violência não é uma estratégia que se possa utilizar hoje e descartar amanhã, nem é algo que nos torne dóceis ou facilmente influenciáveis. Trata-se, isto sim, de ter atitudes positivas em lugar das atitudes negativas que nos dominam.
Tudo que fazemos é condicionado por motivações egoístas (“Que vantagem eu levo nisso?”). Essa constatação se revela ainda mais verdadeira numa sociedade esmagadoramente materialista, que prospera com base num duro individualismo. Nenhum desses conceitos negativos leva à construção de uma família, comunidade, sociedade ou nação homogênea.
Quando combinamos observação com avaliação, as pessoas tendem a receber isso como crítica. E gera resistência ao que dizemos. Veja uma distinção entre observação e avaliação:
- “Zequinha não marcou nenhum gol em vinte partidas” (Observação)
- “Zequinha é péssimo jogador de futebol” (Avaliação)
Aprendemos a ficar sempre imaginando: “O que será que os outros acham que é certo dizer e fazer?
Expressar nossa vulnerabilidade pode ajudar a resolver conflitos
Em um curso para um grupo de estudantes de áreas decadentes, os alunos não estavam prestando atenção e o desconforto se instalou. Até que um dos estudantes diz: “Você odeia estar com negros, não?"
“Eu estou me sentindo nervoso”, admiti, “mas não porque vocês sejam negros. Meus sentimentos têm a ver com não conhecer ninguém aqui e desejar ter sido aceito quando entrei nesta sala”. Essa expressão de minha vulnerabilidade teve um efeito acentuado nos alunos. Eles começaram a perguntar sobre mim, a contar coisas sobre eles mesmos e a expressar curiosidade sobre a comunicação não violenta.
Quando recebemos mensagens negativas temos quatro opções:
- Culpar a nós mesmos.
- Culpar os outros.
- Escutar nossos próprios sentimentos e necessidades.
- Escutar os sentimentos e necessidades dos outros.
Quanto mais as pessoas ouvirem exigências, menos elas gostarão de estar perto de nós
A empatia está em nossa capacidade de estarmos presentes, esvaziamos nossa mente e ouvimos com todo o nosso ser.
Quando sinto que fui ouvido e escutado, consigo perceber meu mundo de uma maneira nova e ir em frente. É espantoso como problemas que parecem insolúveis se tornam solúveis quando alguém escuta.
Os estudantes se abriram cada vez mais e nos contaram a respeito de vários problemas pessoais que estavam interferindo em seus estudos. Quanto mais eles falavam a respeito disso, mais trabalhos eles conseguiam terminar.
Preste atenção às necessidades dos outros, e não ao que eles estão pensando de você.
Você achará as pessoas menos ameaçadoras se escutar o que elas precisam, e não o que elas estão pensando a seu respeito.
Use a paráfrase “usar suas próprias palavras para explicar o que entendeu" para alinhar o que você entendeu sobre o que a pessoa falou. Essa prática irá poupar o seu tempo.
Se o modo como nós avaliamos nos faz sentir vergonha, e em consequência disso, mudamos nosso comportamento, estaremos permitindo que nosso crescimento e aprendizado sejam guiados pelo ódio por nós mesmos. A vergonha é uma forma de ódio por si próprio, e as atitudes tomadas em reação à vergonha não são livres e cheias de alegria.
Mesmo que nossa intenção seja de nos comportarmos com mais gentileza e sensibilidade, se as pessoas sentirem a vergonha ou a culpa por trás de nossas ações, será menos provável que elas apreciem o que fazemos do que se formos motivados puramente pelo desejo humano de mudar a vida.
O verbo dever é uma palavra violenta
“Eu deveria saber" … “Eu deveria ter feito aquilo".
Na maioria das vezes em que usamos esse verbo com nós mesmos, resistimos ao aprendizado, porque “dever" implica que não há escolha.
Seres humanos, ao ouvirem qualquer tipo de exigência, tendem a resistir, porque ela ameaça nossa autonomia e nossa forte necessidade de termos escolhas.
Seres humanos não foram feitos para serem escravos.
Use a frase: eu escolho fazer
O comportamento mais perigoso de todos pode consistir em fazer as coisas porque esperam que façamos.
Se o desempenho de um trabalhador é guiado pelo medo da punição, o serviço é feito, mas a moral é afetado. Mais cedo ou mais tarde, a produtividade diminuirá.
Concentre-se no que deseja, não no que deu errado
Quando usamos a CNV para expressar apreciação, é puramente para celebrar, não para obter algo em troca. Nossa única intenção é celebrar como nossa vida foi enriquecida pelos outros.
Quando nos libertamos de nosso medo, nossa presença automaticamente liberta os outros.
Que tipo de elogio alguém poderia expressar para fazê-lo pular de alegria?
Para quem se interessou pelo livro Comunicação Não Violenta de Marshall B. Rosenberg, segue o link para baixar: https://goo.gl/uniy76
Por Zhang Yi Ling, estatístico e voluntário do Instituto CEO do Futuro.
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Eu aguardo as sementes que você possa vir a lançar. Depois selecioná-las e plantar.