A nobre missão de educar é para o que tenho dedicado mais de duas décadas da minha vida.
Nem sempre fui a mesma e que bom que é assim, hoje tenho conceitos e mediações muito diferenciadas de quando iniciei, mas garanto que sempre dei o meu melhor, sempre fiz com excelência e em cada momento acreditando que era o melhor que eu podia fazer. Depois de algum tempo, a luz de novas ou desconhecidas teorias as práticas foram se remodelando e assim sempre foi e quero que sempre seja!
Já estive em diversos espaços e trabalhei com os mais variados grupos, diversas foram as experiências e sempre procurei crescer como pessoa e como profissional em cada uma delas.
A única certeza que sempre me acompanhou foi a de que tenho muito para aprender SEMPRE.
Posso afirmar que tenho verdadeiro amor e comprometimento com a profissão que escolhi e a reconheço como a melhor profissão que alguém poderia ter.
Se fosse para fazer análise da educação, do que foi e do que está, teríamos grandes contrapontos e até alguns paradoxos. Vejo alguns professores menos preparados por conta de universidades e modalidades de educação que ainda não foram compreendidas, Vejo outros professores interessados e com vontade de trabalhar sendo gestionados por pessoas despreparadas e que não conhecem sua verdadeira função,vejo prédios escolares melhores e práticas nem tento, vejo famílias menos comprometidas com seus filhos, vejo alunos menos interessados na escola... Vejo crianças passando doze horas em instituições que ainda não compreenderam o real sentido de educar e cuidar... Vejo a sociedade delegando a escola missão muito maior do que parece que ela esteja pronta para dar conta e algumas inclusive que não deveriam lhe competir, vejo professores sendo muito mal remunerados pelo fantástico trabalho que desempenham e outros recebendo demais pelo que apresentam fazer. Vejo os pais e a justiça muito mais conhecedores de questões legais do que os próprios educadores, que infelizmente estão recuando, recuando e se amoitando encolhidos aceitando a quase tudo que se diz ser lei. Vejo que o direito a aprendizagem que deve ser a função primeira da escola está sendo colocada em últimas colocações no ranking de prioridades.
Cada um dos detalhes que vejo e enfatizo aqui, deve ter sim os seus motivos e razões de ser, nós todos atores do palco educacional e o produto da nossa educação são frutos de políticas públicas retas ou tortas de erros e acertos que vem acontecendo ao longo da história.
E se assim alguns a esta altura da reflexão, possam estar imaginando que sou pessimista, ou que posso estar afirmando que a educação está num beco sem saída , pois eu lhes digo que NÃO! Longe disto está a minha crença.
E em detrimento de todas as boas práticas que eu como vocês conhecemos, sabemos que existem e são bonitas consistentes e importantes eu lhes afirmo sem medo de errar são POUCAS, precisam ser multiplicadas urgentemente.
E teria receita? Teria uma saída, qual exatamente seria o caminho a seguir...(?)
Sinceramente vejo apenas um, que é complexo, exige dedicação foco e fé, mas que é perfeitamente possível.
Caros: governos, gestores, educadores, famílias, precisamos dar mais sentido ao nosso cotidiano a nossas práticas, precisamos sair da mesmice da síndrome do que é possível apenas. Temos que nos envolver em todas as dimensões que caracterizam as nossas práticas , temos que ser conhecedores do nosso ofício, da nossa crianças, das fases de desenvolvimento , das formas como as pessoas aprendem, do universo de possibilidades que se abrem todos os dias nos duzentos e tantos dias do ano em suas mais de oitocentas horas. Não podemos continuar boicotando a autonomia e as possibilidades que todas as nossas crianças e alunos possuem, eles merecem o nosso trabalho sério e árduo para o desenvolvimento construtivo de todo o seus potencial. Independente de condições físicas e estruturais, seja sem tudo aquilo que desejaríamos para atuar com menos prolixidade . É chegado o momento, é passada a hora, precisamos ter mais capricho, fazer sempre mais e melhor e não repousar no possível ou nas desculpas que tornam todo o processo impossível.
Será fácil? Evidente que NÃO!
É necessário pesquisa, leitura, aprofundamento AÇÃO, AÇÃO, avaliação e novas AÇÕES.
Precisamos lutar, se comprometer,exigir e utilizar de fato o que exigimos...
Quem já sabe ensinar ensina em qualquer lugar ou condição não podendo acomodar-se ou imaginar-se pronto, ei, estamos na era do conhecimento!!!!!!!!E quem não sabe ensinar e quer continuar nesta profissão, precisa aprender, e quem não sabe gestionar , precisa aprender na mesma ou com mais intensidade, e o povo? E as famílias? Precisam retomar seu papel na construção de valores, precisam ser pais e mães, também aprender a votar (esta serve para todos), a escolher administradores. Qualidade meus nobres, não pode ser confundida em hipótese alguma com favorecimentos. Educação não pode ser moeda de troca e de barganhas politiqueiras.
Precisamos todos nós, indistintamente ter mais capricho e afinco para transformarmos positivamente a Educação pública e privada deste país!
Assim a Educação TEM JEITO!
Eu acredito muito nesta possibilidade!
Cátia Regina Marangoni Geremias
Professora e assessora Educacional