Eu sempre parto do pressuposto de que não se deve emitir opinião sobre algo sem conhecer de fato.
Movida por um enorme senso de equipe, e sendo voto vencido nas preliminares, hoje eu ousei desafiar as minhas crenças e conhecer por dentro um pedágio. Eu já posso dizer que não me aposentei sem conhecer esta prática tão presente nos tempos contemporâneos.
Sim, um pedágio, aquele em que as pessoas vão pra beira da estrada, movidas por uma causa para pedir doações dos passantes. Até aí, tem lá a sua grandeza e depois de cinco horas ininterruptas em pé, eu já posso afirmar, é gente de fibra quem se doa assim.
Como em tudo nesta vida, dá pra aprender, esta foi uma manhã de aprendizado, aquela história de que as pessoas demonstram o que são nas atitudes, de que tem gente que tem prazer em ajudar, de outros que aceleram e mantém as janelas fechadas e nem olham pro lado. Isso tudo diz muito mais sobre elas do que propriamente sobre a ação em si.
Tem também aqueles que deixavam evidente a pressa e até transparecem não sentir a mínima vontade de saber pra que é a doação, apenas movidos pela ligeireza já param com as moedas na mão.
Não sei se foi só hoje mas percebi que os mais humildes sabem dividir mais e talvez demonstrem mais paciência em precisar atrasar um pouco o destino.
Alguns que passavam a pé de bicicleta de tobata, pararam e colaboraram.
Um motoqueiro, queria doar, mas foi necessário quase correr atrás dele, pois não quis parar. Mas doou.
Teve algumas tiradas hilárias, como por exemplo:
- Vão pedir pro Prefeito! De quem menos se esperava ouvir, eu precisei concordar nesta hora.
Até entendi alguns que estão saturados de doações, que perguntavam: - É pra que agora? Ou simplesmente seu aparente mal humor ser decorrente de não conseguirem transitar sem custos nos sábados de manhã. Sim, porque se chovesse hoje fomos avisados de que não teria mais nenhuma data disponível neste ano para realizar o feito!
A verdade é deque o povo é colaborativo e muito bem educado de maneira geral, pois além de toda carga tributária, dos impostos que são abusivos neste país, eles ainda dividem suas moedas e colaboram com as políticas públicas. Acredito que aí está o cerne do meu repúdio, o objetivo do dito pedágio, não pode ser em hipótese alguma para fazer o que não compete ao ente.
É, eu sigo depois desta vivência, fortalecendo duas certeza, a mais evidente: foi o primeiro e o último para esta finalidade. Por segundo, não pode ser certo pedir mais dinheiro pro povo, sem dar nada em troca, nem a possibilidade de concorrer a um prêmio, ou meramente saborear um pastel e reverter este dinheiro para fazer o que não é função do magistério.
A Educação tem um papel tão gigantesco e se apequena toda vez que precisa sair do foco. Eu ainda sonho com dias melhores, quiçá aquela que hoje me disse que "virou professora" possa não precisar buscar recursos para o que não lhe compete!