domingo, 20 de agosto de 2023

Sobre o Pedágio e a Educação

 Eu sempre parto do pressuposto de que não se deve emitir opinião sobre  algo sem conhecer de fato.

Movida  por um enorme senso de equipe, e sendo voto vencido nas preliminares, hoje eu ousei desafiar as minhas crenças e conhecer por dentro um pedágio. Eu já posso dizer que  não me aposentei sem conhecer esta prática tão presente nos tempos contemporâneos.

Sim, um pedágio, aquele  em que as pessoas vão pra beira da estrada, movidas por uma causa para pedir doações dos passantes. Até aí, tem lá a sua grandeza  e depois de cinco horas ininterruptas em pé, eu já posso  afirmar, é gente de fibra  quem se doa assim.

 Como em tudo nesta vida, dá pra aprender, esta foi uma manhã de aprendizado, aquela história de  que as pessoas  demonstram  o que são nas  atitudes, de que tem gente que tem prazer em ajudar, de outros  que aceleram e mantém as janelas fechadas e nem olham pro lado. Isso tudo diz muito mais sobre elas  do que  propriamente sobre a ação em si. 

Tem  também aqueles  que deixavam evidente a pressa e até  transparecem não sentir a mínima  vontade de  saber pra que é a doação, apenas movidos pela ligeireza já param com as moedas na mão.

Não sei se foi só hoje mas percebi que os mais humildes sabem dividir mais e  talvez demonstrem mais paciência em precisar atrasar um pouco o destino.

Alguns que passavam a pé  de bicicleta de tobata, pararam  e colaboraram.

Um motoqueiro, queria doar, mas foi necessário quase correr atrás dele, pois não quis parar. Mas  doou. 

Teve algumas tiradas hilárias, como por exemplo: 

- Vão pedir pro Prefeito!  De quem menos se esperava ouvir, eu precisei concordar nesta hora.

Até  entendi alguns  que estão saturados de doações, que perguntavam:  - É pra que agora? Ou simplesmente seu aparente mal humor ser decorrente de  não conseguirem  transitar sem custos nos sábados de manhã. Sim, porque se chovesse hoje  fomos avisados de  que não teria mais nenhuma data disponível neste ano  para realizar o feito!


A verdade é deque o  povo é colaborativo  e muito bem educado de maneira geral, pois além de toda   carga tributária, dos impostos  que são abusivos neste país, eles ainda dividem suas  moedas  e colaboram com as políticas públicas. Acredito que aí está o cerne do meu repúdio, o objetivo do dito pedágio, não pode  ser em hipótese alguma para fazer o que não compete ao ente.

É, eu sigo depois desta  vivência, fortalecendo duas certeza, a mais evidente: foi o primeiro  e o último para esta finalidade. Por segundo, não pode ser certo pedir mais dinheiro pro povo, sem dar nada em troca, nem a possibilidade de concorrer a um prêmio, ou meramente  saborear  um pastel  e reverter este dinheiro para fazer o que não é função do magistério.

A Educação tem um papel tão gigantesco e se apequena toda vez que  precisa sair do foco.  Eu ainda sonho com dias melhores, quiçá  aquela que hoje me disse  que  "virou professora" possa  não precisar buscar recursos para o que não lhe compete!





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