30 de outubro de 2022,
acordei muito agitada e angustiada. Hoje é um daqueles dias em que só me resta escrever.
Eu, que já fui apaixonada por política, que sei a necessidade e a importância das decisões políticas na vida. Que pedi votos por anos e anos de casa em casa em prol de pessoas que me inspiravam, propostas de governo, em prol da esperança, em busca e acreditando em um mundo melhor.
Eu sou, eu era, uma idealista!
Neste momento histórico foi necessário estudar e eu fui, para tentar dar conta do que tenho visto e vivido.
Os ideais da esquerda são muito válidos e hoje eu já consigo ver isso, defesa de uma maior igualdade social, a grande preocupação com os cidadãos considerados em desvantagem em relação aos outros, a abolição e a redução das desigualdades.
São princípios nobres!
Na prática, os grandes nomes de esquerda que li e reli que adentraram ao poder, não conseguiram manter suas condutas alinhadas aos seus princípios. Governaram de forma capitalistas e desfrutando de tudo que o dinheiro pode comprar e oferecer e tentaram orquestrar o empoderamento com mais palavras do que gestos à uma grande massa que teve a vida muito piorada a médio prazo pelas suas ações. De tal severidade a ponto de não ter o que comer.
Hoje, a minha
certeza consiste em que não serão efetivados estes valores e princípios aqui no Brasil por este grupo de pessoas que querem tomar o poder novamente.
Aqui, eles falam macio com quem tem estrela na testa, se apoderaram do amor da arte da cultura como se só a eles fosse concedida está sensibilidade e tocam na sagrada esperança das pessoas, dizendo o que muitos querem ouvir.
Sim eu não me manifestei, foi difícil e por respeito mas acompanhei tudo. Nesta eleição é nos últimos trinta anos. Assisti o último debate na íntegra e senti VERGONHA! Da postura dos dois candidatos!
Mas a DIFERENÇA é que eu VIVI e lembro bem quando o processo de polarização começou e também como era o país quando eles governaram.
Eu vi, em nome de um dito Respeito às classes e gêneros e grupos e clubes... tudo...o Brasil se dividido, estrategicamente. Não para que a vida fosse melhor, mas para formar uma esquadra de militantes.
Da mesma forma que existe a identificação com a pobreza, com a nordestinidade que eu respeito muito, porém percebo que é intencional para mantê-los na condição de sede e pobreza esperançosa e receber seus votos.
Eu participei de eventos em Brasília nos idos de 2005 onde queriam me fazer sentir vergonha por ser branca e morar no sul! Na época não imaginava onde isso ia dar, não sabia da relevância e muito menos que era um projeto separatista de pessoas.
Eu vi o nobre candidato que fazia comícios em cima de caminhões e gritava apaixonadamente sobre direitos e integridade, se aliar a tudo que repudiava para chegar ao poder, a homens de extrema direita inclusive. Eu assisti, ele vendendo a alma e os meus olhos enxergam e separam os dignos princípios da esquerda da forma que ele orquestrou sua "vergonhosa" atuação no poder.
Não é possível que não haja outro representante da Esquerda... alguém que eu não tenha vergonha de apresentar aos meus netos como o Presidente do Brasil.
Alguém que não brinque com o meu povo e ofereça basicamente uma proposta de "comer picanha e voltar a sorrir".
Me perdoem mas eu NÃO suporto a fala mansa e estratégica de quem em nome de uma ideologia quase morta com nobre valor, objetiva jogar pessoas umas contra as outras e dividi-las.
Do outro lado... um homem que também não me inspira em quase Nada que é péssimo na oratória, não tem retórica e também errou muito em gestos e palavras.
No dia do debate fiquei imaginando, será realmente que não existam outros homens no Brasil inteiro em quem eu ainda possa me inspirar e acreditar...
Não desejo este desencanto à ninguém.
Me resta uma certeza a democracia exige uma escolha, os meus valores são CONSERVADORES!
Eu quero existir para provar que NÓS também temos amor, solidariedade, sutilezas e respeito. As pautas do lado de cá, onde faço questão de estar, também tratam de vida, trabalho, dignidade, humanidade.
Ser um bom conservador tem sido minha bandeira.
Eu termino este texto com um nó na garganta, pelo que está por vir
mas com a sensação de alívio por poder dizer utilizando a minha ainda liberdade de expressão.
Cátia Regina Marangoni Geremias