A missão de conciliar conflitos entre os nascidos em diferentes décadas tem sido o desafio das empresas
Kalinka Amorim Reportagem Local
Imagine um gráfico dividido em três partes compostas por pessoas nascidas em diferentes décadas. Uma parte delas nasceu no período pós-guerra, viu o homem ir à lua e lutar por seus direitos. Outra, veio ao mundo tendo que se conformar com um padrão de vida mais realista e tradicional. E a terceira chegou junto com a inovação tecnológica, tornando-se multitarefas. Reproduza agora essa mistura de pessoas nascidas entre 1945 e 1990 ao ambiente corporativo: o conflito é inevitável. Para amenizar os impasses dentro das organizações causados pela mistura das gerações Baby Boomers (1945-1960), X (1961-1979) e Y (1980-1992) o professor de psicologia do trabalho da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Sebastião Ovídio Gonçalves, recomenda a estruturação das empresas através da gestão de pessoas, estudando e desenvolvendo cada profissional de acordo com seu perfil. E o maior desafio das empresas, de acordo com Gonçalves, é conseguir fidelizar esses profissionais da geração Y que estão chegando com todo o gás ao mercado de trabalho.''Esses profissionais são pessoas que foram criadas em ambientes permissivos. Senão encontrarem a possibilidade de crescimento no ambiente em que estão, mudam rapidamente de instituição'', diz. ''Mas a partir do momento que esse profissional tiver essas expectativas correspondidas ele será fiel a empresa'', acrescenta.
Os conflitos, segundo o professor, aparecem com muito mais facilidade por conta do tradicionalismo imposto pela geração baby boomrs e X, que é conservadora, mais resistente a mudanças e alimenta o pensamento de chefia autoritária.''Não vejo os profissionais da geração Y como um problema para as corporações. Esses profissionais já estão comandando 20% dos cargos de liderança de grandes corporações. A psicóloga Érica Fernandes, especialista em gestão de pessoas, compartilha da mesma opinião de Gonçalves, de que a gestão de pessoas é o ponto fundamental para amenizar e até mesmo evitar os conflitos. Ela descreve que cada geração apresenta pontos positivos e negativos e nenhum deles devem ser descartados, mas trabalhados na personalidade de cada pessoa.
Os profissionais da geração Y, segundo a psicóloga, têm uma agilidade muito grande na tomada de decisões e buscam trabalhar em empresas que acompanhe seu ritmo acelerado de ser, por exemplo, as empresas de informática e marketing que requerem inovação constante, explica. Já o ponto negativo que ela destaca está relacionado com a rápida ascensão que esses profissionais anseiam, desconectada com o amadurecimento pessoal. Tanto é, que pesquisas no mundo corporativo, apontam os Ys como imaturos, rebeldes e indisciplinados, pois não gostam de seguir regras. ''Não adianta essas pessoas terem apenas habilidades técnicas, é preciso ter competências e vivências pessoais que são adquiridas com o passar dos anos. Para que, quando assumirem um cargo de chefia, estarem preparadas para lidar com as diferenças que cada funcionário apresenta e, dessa forma, evitar os conflitos que desgastam qualquer gestão'', aponta.
Interessantíssimo este texto.
ResponderExcluirmuito bem elaborado.