Trombudo Central, 06 de Abril de 2011.
Quarta feira é um dia super especial , as crianças da educação infantil do município tem a oportunidade de participar da Cinemateca e assistir uma produção brasileira de ótima qualidade.
Hoje no período matutino, estiveram no espaço D. Manduca as crianças do CEI Cinderela I e além de assistir o curta “O natal do Burrinho” tiveram a oportunidade de ouvir a história “Cachinhos Dourados”. A mesma foi contada utilizando seus elementos. Ou seja, um urso grande representou o papai, uma ursa média representou a mamãe e o ursinho menor representou o filho. Uma simples boneca de pano deu vida a menina “Cachinhos Dourados”. O encantamento foi enorme, as crianças de tão pouca idade tiveram bastante concentração.
Outra proposta que animou a manhã dos pequenos foi poder optar pelas seguintes oficinas: Massinha, tiro ao alvo, forma e cores, basquete e pintura com giz de cera. O rodízio foi acontecendo normalmente. Algumas vezes precisei chamar atenção de algumas crianças que não estavam cumprindo o combinado. As professoras foram super parceiras e algumas sugeriram de fazermos esta integração uma vez por mês. O que considero ótimo.
O período vespertino recebeu com bastante carinho o Cei Johanne Schutte. Sobre os episódios: (ler registro do dia 30 / 03). Organizamos o espaço para servir o lanche e fomos visitar o Cei Cinderela I onde houve uma rica troca de experiências. As crianças brincaram muito e a interação entre elas foi acontecendo normalmente.
Consegui refletir que em uma época em que se fala tanto em superação, criatividade, inovação, relacionamento, qualidade, desafios, metas,...pergunto: o que é realmente importante hoje? E nesse momento busco lembrar momentos da minha infância em que brincar era dar asas a imaginação, as espigas de milho se transformavam em bonecas, os carros que raramente passavam pela rodovia nos ensinavam formas e cores... um pedaço de carvão era o giz para eu escrever numa pedra lousa e me transformar na professora da minha irmã menor, carretéis de linhas e um pedaço de madeira era o mais belo dos automóveis, os livros eram apenas escritos, mas a nossa imaginação os deixava com um bonito colorido.
Minha avó Maria nos reunia para contar histórias ou causos antigos ao anoitecer, a luz de uma lamparina a querosene. Minha mãe cantava conosco e elas eram a TV que não possuímos. Lembro que antes de deitar nossas mãos se uniam em oração, e depois ouvia com voz doce a frase: “DEUS TE ABENÇÕE MINHA FILHA”. Sentia-me amada, protegida, amparada...
Crescemos aproveitando cada minuto, criando nossos brinquedos, desenvolvendo nossa criatividade. Ajudávamos uns aos outros, repartíamos o lanche, cortávamos os lápis ao meio para que o irmão ou o amigo pudesse fazer suas próprias pinturas. Pescávamos, brincávamos no rio, o movimento era constante. Subíamos em árvores, descobrindo que subir é trabalhoso, mas é de cima que se tem o melhor olhar.
Hoje como educadora de uma faixa etária tão pequena, questiono: será que o mundo de nossas crianças, não se tornou um mundo mecânico, em que nada mais se cria? Tenho a impressão que o “ter” se tornou mais importante que o “ser”. O egoísmo ocupou o espaço do amor, a família não consegue mais se reunir e a educação dessas crianças está a mercê da escola/Cei? Se você acha que sim, reafirma-se o comprometimento de cada mediador adulto cooperar para que diariamente o ambiente da educação infantil seja um espaço de aprendizagem, construção e desafios como o que vivenciamos hoje.
Por fim, digo que temos nas mãos um tesouro. Se cada criança é uma jóia, o que não dizer de um CEI inteiro? Desejo que as experiências vivenciadas por cada um de nós hoje invada a nossa alma e que a beleza desse dia possa nos encantar, nos contagiar e nos transformar.
O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos". Rubem Alves
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Agradeço a todos e todas que contribuíram para este maravilhoso dia.
Abraços
Glaucia
Colaboração Glaucia Jaqueline Bodemuller Marcelino
Querida amiga!!!
ResponderExcluirMe emocionei ao ler seus registros, a riqueza contida em cada palavra, reflexão....
Meu coração se alegra em saber que posso chamar alguém tão maravilhosa como vc de "amiga"!!!
No mais, Trombudo Central pode se orgulhar em ter vc como profissional da rede. Você faz a diferença!
Beijos Gi
Oi Glaucia adorei seu texto e suas reflexões.
ResponderExcluirFico muito contente em ver que a cada dia tua empolgação cresce e cada vez mais as coisa vão fuindo de maneira positiva.
Parabéns!!!
Você tem se mostrado uma super profissional, exemplar e dedicada.
Oi Glaucia!
ResponderExcluirSeu trabalho é minuncioso e maravilhoso, ele vai crescendo e se superando diariamente.
Acompapnhei um pouquinho da cinemateca e é incrivel como as crianças prestam atenção, eles nem piscam.
Lendo seu relato veio em minha mente as lindas lembranças da infância:
- o "Serão" na casa dos visinhos, ou os visinhos em nossa casa, com as intermináveis brincadeiras de se esconder entre nós crianças.
Não existia perigo, corríamos em baixo do parreral;
- além das bonecas de espiga de milho, tinham as de ábobora;
- vidrinhos e tampinhas tornavam-se brinquedos;
- as orações a noite eram ao redor do fogão a lenha;
-tenho saudades principalmente das cantigas de roda, e lanço um desafio: o que você que tal como um projeto futuro, realizar uma oficinas com as cantigas de nossa época?
Beijos e parabéns ...
Com carinho, Joelma
Gi, Eduardo, Cátia, Joelma...
ResponderExcluir"texto extraido da internet"
Caverna
Houve um dia,
no começo do mundo
em que o homem
ainda não sabia
construir sua casa.
Então disputava
a caverna com bichos
e era aí sua morada.
Deixou para nós
seus sinais,
desenhos desse mundo
muito antigo.
Animais, caçadas, danças,
misteriosos rituais.
Que sinais
deixaremos nós
para o homem do futuro?
Começo minha reflexão dizendo que podemos deixar para as pessoas do futuro lições de solidariedade, de amizade, de companherismo, de trabalho prestado com carinho e entusiasmo, de cumplicidade e principalmente de humanização...Eduardo, referendo-me ao seu comentario final não revelado neste blog, apenas em meu email vou parafrasear a autora "Clarice Lispector" PERDER-SE TAMBÉM É CAMINHO. É natural termos aaltos e baixos meu amigo. Gi...você sabe o quanto suas considerações me fazem refletir e crescer e eu que digo: MEREÇO UMA AMIGA TAO CORRETA, INTELIGENTE E ESPECIAL? Joelma...acato a sugestão de coração e agradeço. Cátia...você com absoluta certeza semeia a esperança e sua força de vontade, seu dinamismo e saabedoria me inspira. Então deixaremos para a humanidade que nos precede a certeza de as relaçoes que estabelecemos com as pessoas, amigas, inteligentes, esperançosas... nos fazem melhores.
abraços
Glaucia
Adorei as visitas.
ResponderExcluirEntrem e fiquem a vontade, a casa é nossa!
Este texto foi realmente uma injeção de ânimo!
beijo