segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?


05/16/2013 — 384 Comentários
Marilyn Wedge, Ph.D
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Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre -que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

Texto original em Psychology Today

Ritalina, a droga legal que ameaça o futuro


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Com efeito comparável ao da cocaína, droga é receitada a crianças questionadoras e livres. Professora afirma: “podemos abortar projetos de mundo diferentes”
Por Roberto Amado, no DCM
É uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, um psiquiatra talvez.  Ele não hesita: o diagnóstico é déficit de atenção (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e indica ritalina para a criança.
O medicamento é uma bomba. Da família das anfetaminas, a ritalina, ou metilfenidato, tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive a cocaína, aumentando a concentração de dopamina nas sinapses. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like, como a própria medicina define. Ou seja, vira zumbi — um robozinho sem emoções. É um alívio para os pais, claro, e também para os médicos. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida. A ponto de o Brasil ser o segundo país que mais consome ritalina no mundo, só perdendo para os EUA.
A situação é tão grave que inspirou a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a fazer uma declaração bombástica: “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, disse ela em entrevista ao  Portal Unicamp. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil  anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela.
O fato, no entanto, é que o uso da ritalina reflete muito mais um problema cultural e social do que médico. A vida contemporânea, que envolve pais e mães num turbilhão de exigências profissionais, sociais e financeiras, não deixa espaço para a livre manifestação das crianças. Elas viram um problema até que cresçam. É preciso colocá-las na escola logo no primeiro ano de vida, preencher seus horários com “atividades”, diminuir ao máximo o tempo ocioso, e compensar de alguma forma a lacuna provocada pela ausência de espaços sociais e públicos. Já não há mais a rua para a criança conviver e exercer sua “criancice.
E se nada disso funcionar, a solução é enfiar ritalina goela abaixo. “Isso não quer dizer que a família seja culpada. É preciso orientá-la a lidar com essa criança. Fala-se muito que, se a criança não for tratada, vai se tornar uma dependente química ou delinquente. Nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona. E o que está acontecendo é que o diagnóstico de TDAH está sendo feito em uma porcentagem muito grande de crianças, de forma indiscriminada”, diz a médica.
Mas os problemas não param por aí. A ritalina foi retirada do mercado recentemente, num movimento de especulação comum, normalmente atribuído ao interesse por aumentar o preço da medicação. E como é uma droga química que provoca dependência, as consequências foram dramáticas. “As famílias ficaram muito preocupadas e entraram em pânico, com medo de que os filhos ficassem sem esse fornecimento”, diz a médica. “Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o risco de cometer até o suicídio. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA)”.
Enquanto isso, a ritalina também entra no mercado dos jovens e das baladas. A medicação inibe o apetite e, portanto, promove emagrecimento. Além disso, oferece o efeito “estou podendo” — ou seja, dá a sensação de raciocínio rápido, capacidade de fazer várias atividades ao mesmo tempo, muito animação e estímulo sexual — ou, pelo menos, a impressão disso. “Não há ressaca ou qualquer efeito no dia seguinte e nem é preciso beber para ficar loucaça”, diz uma usuária da droga nas suas incursões noturnas às baladas de São Paulo. “Eu tomo logo umas duas e saio causando, beijando todo mundo, dançando o tempo todo, curtindo mesmo”, diz ela.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Arroyo

"As violências infanto-juvenis e, sobretudo, os embates que vêm provocando podem destruir as crenças que
justificaram por séculos a Pedagogia: acreditar nas possibilidades de todo ser humano, desde a infância, se tornar humano, acreditar que toda criança-adolescente é perfectível. Quando essa crença inerente ou constituinte da Pedagogia se perde, o pensar e fazer pedagógicos perdem seu sentido histórico, social e cultural." 
(ARROYO, 2007).

quinta-feira, 12 de junho de 2014

O professor Gestor - por onde começar

Thereza Bordoni(1)
O profissional denominado PROFESSOR é, naturalmente, de extrema importância para o futuro de nossa sociedade. Felizmente, em anos recentes, padrões de capacitação docente têm sido criados no intuito de aperfeiçoar e valorizar este profissional, que a muito não recebe o devido reconhecimento. Estamos também presenciando o surgimento de um novo professor: o professor GESTOR.

"O educador não é mais aquele que vende seu tempo para a escola, mas sim um detentor de competências que agregam valor para o alcance dos objetivos institucionais" (Marcelo Freitas).

Neste texto, vamos discutir um pouco sobre o porquê deste novo professor, contextualizando sua formação a partir da sociedade atual e suas características como gestor da sala de aula.

Vivemos em um mundo de transformações, um mundo acelerado, com características diferentes da sociedade ou época em que uma grande maioria, dos professores atuais, foi formada. Em conseqüência este professor trabalha com um aluno com valores, características e ações bem diferentes daqueles para qual ele foi preparado para trabalhar. Em muitas rodas de professores o discurso comum é sobre alunos desinteressados, que não querem nada com os estudos, que não respeitam mais a escola. Para mudar este quadro, os professores viram-se diante de um grande desafio: revalidar o seu diploma, a sua formação, para acompanhar as transformações deste aluno e conseqüentemente, desta sociedade. Mas que sociedade é esta?
Vivemos na sociedade do consumo e do hedonismo, onde a individualidade é maior a cada dia e temos menos espaços de convivência dos membros da família (estamos trocando a sala pelo quarto), onde o certo e o errado se confundem. Onde as crianças e jovens aprendem principalmente a partir da TV, dominam e utilizam com facilidade as tecnologias, são egocêntricas (primeiro o eu), possuem pouco contato com a frustração e apresentam uma adolescência precoce.

Nossa sociedade está em processo de mudança e como em todo processo de mudança, nos aponta dois caminhos: o da oportunidade e o do perigo...

E o professor, como se adaptou a este cenário atual, que caminho escolheu? O que mudou na sua prática docente (a organização dos horários e do espaço, a metodologia, os procedimentos de agrupamento e de avaliação, a relação com a família e aluno.)?

Lidar com esta sociedade e com este perfil de alunos exige novas habilidades para novas competências. Em nossa formação de professores não fomos treinados para lidar com o planejamento de nossa própria carreira ou com a definição de metas e não temos, muitas vezes, os mais simples conceitos de administração, de custos, marketing, fidelização e captação de alunos. Até pouco tempo para ser um bom professor bastava ter uma boa didática e conhecimento da sua matéria, dar a sua aula e pronto. O resto era responsabilidade da direção da escola ou da família do aluno. No cenário atual, este é o caminho do perigo: tornar esta visão da profissão a única visão disponível ao educador.


O professor que escolheu o caminho das oportunidades, incorporou as habilidades e competências para a gestão de mudanças e de processos. E para isto, revalidou o seu diploma acrescentando novos elementos para sua atuação com este aluno vindo da sociedade descrita acima, buscando novas metodologias e novas experiências em áreas diversas.

Além dos saberes técnicos advindos de seu curso de formação, o professor gestor deve possuir uma base sólida e ir além dos saberes cognitivos, buscando conhecimento em:


· Legislações; Teorias Educacionais / de Aprendizagem / do Conhecimento; Conhecimentos Específicos (aperfeiçoamento na sua área)

Português / Inglês / Filosofia / Informática / Saúde; Planejamento; Administração; Metodologia; Novas Tecnologias; Avaliação; Relações Interpessoais; Liderança; Marketing; Criatividade e Auto-estima. Sem esquecer que não se pode "formar-se" professor sem fazer uma escolha ideológica (Formam-se técnicos mas, não educadores, formam-se gestores mas, não professores gestores.). Este é o grande diferencial da nossa profissão.

Este novo perfil de professor ainda nos proporcionará muitos debates, conflitos e confrontos, para os quais precisamos estar preparados. Pare um pouco, agora, e faça este pequeno exercício: Busque estratégias visando o equilíbrio entre: Debates ideológicos (acredito que) X Conflitos de interesses (a escola necessita de); Pedagogia da necessidade (Trabalho) X Pedagogia da liberdade (Gostar). Fica claro que, o professor gestor necessita de uma visão ampliada da Escola, percebendo sua importância para além da sala de aula, se percebendo como peça chave de conjunto maior, consciente de que cada ação sua irá influenciar diretamente em todo o andamento da escola. O professor gestor tem a competência para a gestão da sala de aula e tem também a visão do gestor educacional, percebendo a escola como um todo.




Vejamos agora, algumas características deste PROFESSOR GESTOR:

· Constrói uma imagem positiva de si, dos alunos e da escola.

· É co-responsável pela captação e fidelização de alunos.Busca atualização, em diversas áreas, constantemente;

· Planeja suas ações, prevendo suas conseqüências. É pro-ativo;

· Comunica-se bem e mantém a todos bem informados sobre o seu trabalho - do porteiro ao diretor - da padaria ao jornal;
· Mantém o foco onde o aluno e a família estão;

· Mantém contato com os ex-alunos, e com outras pessoas interessantes para a escola;

· Estimula e utiliza as tecnologias disponíveis na escola;

· Envolve pais, alunos e os outros professores com os seus projetos para a escola;

· Fundamenta suas ações a partir do P.P.P e da realidade.

· Estabelece, com os alunos, metas de curto, médio e longo prazo e cria instrumentos para acompanhamento;

· Descobre o que os alunos, pais, diretores, supervisores e os diversos públicos de interesse valorizam;

· Compreende o ambiente escolar e o cenário externo e interno; Conhece a cultura da escola e sente o seu pulsar.

· É Participativo e comprometido com a escola e seus alunos.

· E na sala de aula:

- Contextualiza o ensino.

- Gerencia o tempo e os processos.

- Possuiu uma postura transinterdisciplinar. Trabalha pautado na realidade e na sociedade que temos.

- Adota metodologia de pesquisa e separa a idéia de competência de conteúdos;

- Promove o trabalho em grupo e com projetos;

- Não traz para os alunos respostas para perguntas que eles não fizeram e sim, formula com eles novas perguntas, incentivando novas descobertas;

- Valoriza os alunos. Sabe que até os "com mais dificuldades" têm características positivas que podem suscitar o recebimento de elogios que melhoram a sua auto-estima.

- Promove a colaboração. Sabe que não é detentor único do saber.

- Reconhece nos conflitos uma oportunidade para o crescimento e amadurecimento da turma.

- Utiliza os meios burocráticos e tradicionais do ensino para facilitar, não para constranger.


O Professor Gestor, acima de tudo, tem coragem de ousar, inovar sem se distanciar de sua missão de educar para um novo mundo possível!

Cada uma destas considerações não deve ser vista isoladamente. O Professor Gestor terá de construir um quadro mental que integre a totalidade das considerações aqui feitas. Seria um erro pensar que a adoção de uma cartilha transformaria o Professor em Gestor.

Por onde começar? Ficam algumas dicas de grandes profissionais, excelentes gestores:

- Seja inquieto (reinvente-se), Seja corajoso (não tema a mudança), Seja insatisfeito (tenha visão crítica do seu trabalho). - Nizan Guanães;

- Não seja ingênuo. Você vai ser avaliado até pelo seu modo de vestir. - Mara Behlau;

- É preciso saber lidar com o imprevisto. Faça perguntas! - Cabrera;

- Faça parte da solução. Seja flexível, tolerante e comprometido com a vitória. Resolva problemas, não os crie nem os esconda. - Richard D´Aveni;

- Existem palavras que ofendem. Existem palavras que motivam. Por isso, muito cuidado com o que fala para os outros. - Edina de Paula Bom Sucesso;

- Observe a sua prática, o seu entorno e o entorno da escola e a partir daí analise e planeje a sua interação efetiva com o seu aluno. Estabeleça metas, envolva a todos e acompanhe os resultados.



(1) Doutoranda. Mestre e Pesquisadora em Educação. Palestrante e Articulista. Consultora Educacional e Diretora da A&B Consultoria e Desenvolviment






quinta-feira, 5 de junho de 2014

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28/06/2014

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quinta-feira, 15 de maio de 2014

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Opinião: O que faz um bom professor?

14 de maio de 2014
"Parece óbvio mas não é: professores precisam saber muito bem o que ensinam e um pouco mais. Na maioria das escolas brasileiras, esse não é o caso", afirma João Batista Araujo e Oliveira

Fonte: Veja.com
O que significa saber muito bem o que se ensina? No Brasil, cultuamos o diploma – quanto mais títulos, melhor a pessoa é avaliada e melhor será sua remuneração. As evidências mostram que essa é uma política equivocada: títulos nada têm a ver com a qualidade, desempenho ou impacto do professor. Nem mesmo o nível de conhecimento mais elevado tem impactos positivos sobre o aluno. Na verdade, é mais comum o contrário. Se o professor é mais motivado para a pesquisa científica e conhece os assuntos num nível de elaboração muito elevado, ele tende a usar uma linguagem que não se presta ao ensino de crianças e jovens.
Saber o que ensinar significa dominar a fundo os conteúdos e o que está por trás deles. É muito mais importante um professor de séries iniciais saber o que está por trás do conceito de propriedade aditiva da multiplicação ou onde reside a dificuldade dos alunos para entender o princípio de multiplicar frações, por exemplo, do que esse professor saber calcular derivadas ou rodar matrizes mentalmente. É muito mais importante que ele saiba como ajudar as crianças a usar e interpretar o sentido de pronomes numa frase ("A mãe dela disse que ela era pobre": quem era pobre, ela ou a mãe dela?) do que conhecer a fundo a gramática histórica ou as teorias linguísticas mais avançadas. Deu para entender?
No caso da educação infantil esses conhecimentos são bem mapeados: o professor precisa conhecer tão a fundo quanto possível a psicologia do desenvolvimento, saber utilizar estratégias adequadas para promover o desenvolvimento e saber interagir de forma adequada com as crianças. Além disso precisa ter um bom domínio da língua, um vasto conhecimento da literatura infantil e saber onde localizar recursos. O professor precisa dominar alguns poucos conceitos, mas de forma precisa. Precisa saber os fundamentos, mas não reverenciar teorias ou cultuar os seus proponentes. E, sobretudo, precisa de muita prática.
No caso das séries iniciais do ensino fundamental o professor precisa conhecer a fundo os conteúdos que ensina, as dificuldades mais comuns dos alunos e as razões pelas quais eles têm essas dificuldades. Esses conhecimentos são bem mapeados em algumas áreas, como a da alfabetização de crianças ou do ensino de matemática para as séries iniciais.
No caso das séries finais, um indicador prático é que o professor tenha um conhecimento amplo e preciso das disciplinas que leciona, e um conhecimento um pouco mais avançado dos conteúdos do ensino médio para saber o que o aluno fará com esses conhecimentos. Nessas séries o professor precisa saber contar boas histórias, apresentar sua disciplina em forma de narrativas que envolvam e capturem a atenção de seus alunos.
O governo federal e as faculdades que formam professores no Brasil ainda não se dispuseram a preparar esse tipo de professor para as redes de ensino. Ao invés de propor currículos rigorosos para os cursos, o Ministério da Educação patrocina exames que valorizam mais conhecimentos genéricos e adesão a determinadas ideologias. As faculdades, por sua vez, raramente possuem docentes que conhecem a linha de frente, e limitam-se, nos melhores casos, a compartilhar conhecimentos teóricos nem sempre atualizados.
O que podem os municípios fazer? Aqui há solução, e a solução é simples: elaborar testes de seleção em que os professores demonstrem os conhecimentos sobre o que vão ensinar. Também devem informar às faculdades que formam esses candidatos sobre o que vai cair no exame e sobre os resultados obtidos. Em pouco tempo as universidades se adaptarão às necessidades dos prefeitos. E em alguns anos começarão a chegar jovens preparados para o exercício do magistério.
*João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto 

quarta-feira, 5 de março de 2014

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A AÇÃO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR


Resumo:
Este artigo aborda as dimensões do coordenador pedagógico e sua ação mediante o planejamento educacional. Ação pautada no coletivo em busca da formação do individuo por meio de uma educação de qualidade que tenha como base o respeito à cultura na qual a escola está inserida. Através do currículo pedagógico que tem como norteador o Projeto Político Pedagógico, o coordenador complementa e suplementa a ação dos docentes.

Palavras-chave: Coordenador. Planejamento. Currículo. Ação. Reflexão.
1. INTRODUÇÃO
O coordenador pedagógico que antes tinha como principal função controlar, fiscalizar o trabalho dos professores, se apresenta com uma nova característica, ser aliado do professor no sentido de contribuir para que o planejado seja efetivado.
Nesse sentido o planejamento é fundamental, pois nele estão contidas as necessidades, as possibilidades, os procedimentos e os recursos a serem empregados na prática pedagógica.
No planejamento encontra-se o projeto pedagógico curricular que expressa a cultura da escola. Portanto, para que o coordenador atue de forma satisfatória precisa conhecer os níveis de currículo, os tipos de currículo e a organização do currículo, pois assim, contribuirá positivamente para uma prática onde quem mais ganha é a própria educação.
1. O Coordenador Pedagógico
A origem do papel da supervisão no Brasil se deu no século XVI por influência dos jesuítas com o propósito de ouvir e observar os professores. Sendo que o modelo atual se inspirou no modelo dos Estados Unidos no século XVIII como inspeção escolar no auge do processo de industrialização. A lei nº 5.693/71 em pleno Regime Militar a instituiu como função tecnicista e controladora.
Com a implantação da supervisão educacional ocorre uma divisão social do trabalho, no qual se destaca os que pensam, decidem, mandam e os que executam. O professor perde sua autonomia, pois entre ele e o trabalho está à figura do técnico (coordenador).
Existem duas definições do papel do coordenador, uma negativa e uma positiva. A negativa diz que o coordenador não é e não deveria ser fiscal de professor, dedo-duro, quebra-galho, tarefeiro, tapa-buraco. Na versão positiva, o supervisor é o articulador do Projeto Político Pedagógico da instituição no campo pedagógico; organiza a reflexão, a participação e os meios para a concretização do projeto.
O coordenador em primeira instância é um educador que deve estar no combate a tudo que desumaniza a escola. Seu foco no trabalho de formação é tanto individual quanto coletivo. Sua práxis compete às dimensões reflexiva, organizativa, conectiva, interventiva e avaliativa.
A atuação da coordenação pedagógica no que tange a função social se dá no campo da mediação, pois deve articular a pedagogia de sala de aula e a pedagogia institucional. Sendo assim, deve acompanhar o trabalho do professor o acolhendo em suas dificuldades, fazendo críticas construtivas, comprometendo com a busca de melhores condições de trabalho na escola. O coordenador é um mediador entre a instituição mantenedora e os professores e entre a comunidade e professores.
A coordenação pedagógica deve ser capacitada nas três dimensões básicas de formação humana: conceitual, procedimental e atitudinal. A atitudinal é a mais difícil de ser trabalhada, pois envolve valores, interesses, sentimentos, disposição interior e convicções. O coordenador precisa desenvolver um mínimo de empatia para com o grupo, aplicando com coerência as categorias de análise que são elas: criticidade, ir além do superficial, valorizar os aspectos positivos; historicidade, saber como sair desta situação, investigar a gênese do problema.
Na dimensão procedimental, refere-se ao saber fazer, encontrar caminhos para concretizar o que se busca. Ela se pauta nas categorias de: intervenção, em que a práxis é a chance de transformação da realidade, pois se estabelece na escola uma dinâmica de ação-reflexão, desenvolve uma metodologia que contemple a compreensão da realidade, clareza dos objetivos, age de acordo com o planejado e avalia a prática; sustentação, para sustentar um processo de mudança é preciso que tenha ética entre os membros do grupo, visão de processo, avaliação e participação.
A dimensão conceitual, o coordenador deve ter conhecimento para saber argumentar, construir e desconstruir conceitos.
2. Ação do planejamento escolar
Planejamento Escolar consiste numa atividade de previsão da ação, ou seja, implica-se numa preparação para algo a ser objetivada para atender às necessidades dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, condizentes com o tempo de execução e as formas de avaliação.
Ele irá se concretizar em planos e projetos da escola, do currículo e do ensino representando uma meta, uma seqüência de ações que irão orientar o educador referente à ação, reflexão e deliberação da prática em curso. Inclui também a avaliação dos processos e resultados previstos no projeto baseado na análise crítica e profunda do trabalho realizado havendo a reordenação dos rumos.
O planejamento dentro do projeto pedagógico curricular expressa a cultura da escola porque está assentado nas crenças e valores orientando as práticas para produzir uma realidade voltada para a ação pedagógica não no sentido de “como se faz”, mas principalmente “por que se faz” para assim obter as finalidades sociais políticas almejadas pelo grupo de educadores (Libâneo, 1998).
No que se refere à proposta curricular o planejamento é coletivo e assegura a concepção e o formato do currículo escolhido, a articulação vertical e horizontal entre as áreas/disciplinas do currículo.
O projeto pedagógico é um ingrediente do potencial formativo das situações de trabalho e pode ser denominado de vários nomes. Porém, o que importa é o processo de ação-reflexão-ação que se instaura na escola envolvendo todos os seus integrantes. O projeto concretiza o processo de planejamento, de modo que “fazer planejamento” é ir percorrendo as várias fazes de elaboração do projeto.
O currículo constitui o elemento nuclear do projeto pedagógico, é ele que viabiliza o processo de ensino aprendizagem. O currículo define o que se ensina, o para quê ensinar, como ensinar e as formas de avaliação, em estreita colaboração com a didática.
A maneira como a sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia os saberes educacionais destinados ao ensino, reflete as intenções e práticas sociais que estão por detrás do currículo. Ou seja, a seleção é feita a partir do que a sociedade julga necessário ser incorporada pelos alunos.
O currículo é a concretização do posicionamento da escola face à cultura produzida pela sociedade, o currículo representa a seleção e a organização da cultura.
Os níveis de currículo são: formal, real e oculto. A diferença entre eles mostra o que os alunos aprendem na escola ou deixam de aprender, depende de muitos fatores e não apenas das disciplinas previstas na grade curricular.
O currículo tem uma dimensão externa que se inicia na esfera política e administrativa do sistema escolar, passa pelas crenças, valores, comportamentos existentes na cultura, trabalhado pelos professores até chegar aos alunos.
Quanto à organização escolar, o currículo está dividido em: currículo tradicional que se caracteriza pela organização do conhecimento por disciplinas compartimentalizadas, caráter livresco e verbalista; currículo racional-tecnológico tecnicista se baseia na transmissão de conteúdos e desenvolvimento de habilidades a serviço do sistema de produção; currículo escolanovista (ou progressivista) está centrado no aluno tendo a experiência como forma de ligar a escola com a vida e adaptar os alunos ao meio; currículo construtivista crença no papel ativo do sujeito no processo de aprendizagem; currículo sócio-crítico possui várias correntes que dão ênfase às questões políticas ou pedagógicas no processo da formação em quanto ser social-político; currículo integrado ou globalizado caracteriza-se pela estrutura cognitiva e afetiva dos alunos tendo a interdisciplinaridade como princípio fundamental na formação do modelo curricular.
Os tipos de currículos são: currículos fechados são caracterizados por disciplinas isoladas, inscritos numa grade curricular, professores limitam-se a segui-los, sem autonomia para tomar decisões, não levando em consideração os saberes e competências dos docentes; currículos abertos voltam-se para a integração entre as disciplinas, contam com a participação dos professores respeitando seus saberes e valorizando suas competências.
Existem alguns princípios que são importantes na construção de um currículo sócio-crítico: a escolarização básica obrigatória; seleção de conteúdos; cruzamento de culturas; ensino e aprendizagem centrados no ensino do aprender a pensar e do aprender a aprender; compreensão e clarificação de valores e atitudes; relação entre conhecimento e ação; superação do currículo pluridisciplinar, favorecendo a integração interdisciplinar; considerar a diversidade cultural e as diferenças; melhor qualidade cognitiva e operativa das experiências de aprendizagem; articulação entre as dimensões cognitiva, social e afetiva da aprendizagem; investimento no desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e cultivar os processos democráticos e solidários de trabalho, convivência e tomada de decisões.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na origem da coordenação pedagógica, o coordenador era o “fiscal”, o chefe que gerenciava a produção. Hoje, deseja-se que este se configure como alguém que auxilia e contribui para a melhoria do processo de ensino aprendizagem, objetivando uma educação de qualidade. Sendo assim, ele é responsável pelo desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico e por colocar essa proposta em ação, ou seja, tirá-la do papel.
O coordenador em sua atuação na escola é de agente transformador e agente formador, ou seja, sua atuação vai além do convívio e relacionamento com os professores, significa ser formador, ouvinte de opiniões, planejando e pondo em execução o dever da escola que é exercer um papel social.
Dessa forma, o planejamento deve ser feito em coletivo, levando em consideração a realidade cultural na qual a escola está inserida, pois só assim alcançará os objetivos propostos.
REFERÊNCIAS
GOUVEIA, Bárbara. O papel da supervisão educacional/coordenação pedagógica. Disponível na internet, no endereço: papeldoprofessor.blogspot.com
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Editora Alternativa, Goiânia, 2000.
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 3ª edição. Edições Loyola, São Paulo, 2003.
SANTIAGO, Maria Eliete. Projeto pedagógico da escola: uma contribuição ao planejamento escolar. Disponível na internet, no endereço:www.ufpe.br/daepe/n1_6.htm
SANTOS, Francinete Braga. Palestra “O papel do supervisora escolar”. Disponível na internet, no endereço: http://www.novoacesso.com.br
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 5ª edição. Libertad Editora, São Paulo, 2004.

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