quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A escola mobilizadora

 Diário Catarinense, 20/01/2011 - Florianópolis SC
Eliezer Pacheco

Tem sido enfatizada a valorização do professor como forma de melhorar a educação brasileira. Isto é correto. Sem educadores motivados, é impossível uma educação de qualidade. Também há a necessidade de escolas bem estruturadas. Entretanto, os principais problemas se originam do lado de fora das instituições educacionais. A escola precisa se ocupar das questões sociais que a atingem. Tais problemas não têm sido tratados como questões concernentes à educação, quando o são. É difícil ocorrer uma aprendizagem adequada com famílias desagregadas, pais com baixa ou nenhuma escolaridade e com a inexistência de ambientes que sejam favoráveis ao estudo.
Os entraves cruciais da educação têm de ser enfrentados com políticas de emprego, salário, etc. Nosso país vem enfrentando estas questões e adotando importantes iniciativas na área educacional, cujos resultados, a médio e longo prazo, acontecerão. Estes, contudo, demandam uma geração para se fazerem sentir. Devem os educadores e a sociedade aguardar as consequências destas iniciativas? Parece-nos que não. As escolas públicas, além da parte pedagógica, deveriam ter uma coordenação de políticas sociais. A comunidade escolar deve ser vista como um todo. As escolas devem compreender a educação dos pais de seus alunos como parte de suas tarefas, encaminhando-os para a alfabetização, escolarização e profissionalização. O debate político entre os educadores foi substituído pelo debate sindical, importante para a categoria, mas insuficiente para responder aos desafios da educação. A escola é a instituição pública de maior capilaridade em todo o país e, portanto, a que tem melhores condições de articular uma grande mobilização nacional em defesa do conhecimento e da emancipação.

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