terça-feira, 19 de maio de 2015

A INDISCIPLINA EM SALA DE AULA (PARTE III)

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Não espere pelos outros, tome coragem e siga em frente.
A família não ajuda com a indisciplina do aluno? Não faz nada para ajudar a escola? A política social só atrapalha... Ficar se lamuriando e culpando o Governo e a família, infelizmente, não irá adiantar...
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Sabemos que a estrutura familiar foi modificada ao longo dos anos, alguns pais já não impõem os mesmos limites que eram impostos antigamente. Há famílias que deixam, exclusivamente, para a escola a incubência de ensinar limites e valores aos seus filhos. Isto acarreta mais "trabalho" para o professor, mas não fazê-lo só irá prejudicar ainda mais o cotidiano em sala de aula.

Não é raro presenciar alunos que desrespeitam seus pais em público, nem por isso deve-se tolerar o desrespeito ao professor. Por mais que a criança não tenha regras e limites perante a família, deve ser orientada que o mesmo não será tolerado no ambiente escolar. Nos primeiros anos das séries iniciais as crianças incorporam facilmente os limites e regras, mesmo que em família isto não ocorra. Há o relato de Caio, um aluno do 2º ano do fundamental que em casa não colabora com a mãe e evita a execução de qualquer ordem imposta por ela, além de respondê-la com total falta de educação. Quando não é atendida opta pela famosa "surra". Já em sala o mesmo aluno, mantêm o material organizado e sempre executa suas atividades escolares e com raras exceções é necessário chamar sua atenção mais que uma vez. Pode-se analisar que o erro esta na conduta da mãe, pois esta não deixa claro ao filho os limites e regras que deve seguir, além de não ser um modelo a ser seguido, pois já o abandou inúmeras vezes devido a depressão.

Ser um exemplo auxilia na construção do caráter da criança, mesmo que ela não tenha grandes exemplos em casa, nada a impede de se espelhar no professor e surpreender ao longo do seu desenvolvimento. Insira em seu planejamento aulas de boas maneiras, de motivação, de carinho... Não custa nada e fará muita diferença. Principalmente, dê o exemplo. Seja e transpareça honestidade, bom humor, criatividade, justiça, amor.

Não há uma fórmula mágica a ser seguida pelo professor, o conselho é: "enxergar o aluno" e aprender a "amá-lo" como indivíduo. Caso você leia isto e dê risadas, sinceramente abandone o cargo. Porque o que faz o professor ser um excelente educador é isto: AMOR. Caso contrário corre-se o risco de ter uma aposentadoria precoce ou passar pela vida de crianças sem ser notado.

É fácil e cômodo "gritar aos quatro ventos" que fulano não tem jeito e nunca irá melhorar pois a família não coopera. A cooperação familiar faz falta sim, mas nem por isso pode-se assinar um atestado de "fracasso" a criança. Há tantos relatos de pessoas que superaram as expectativas. Um exemplo que está na mídia é o de Roberto Carlos Ramos, contador de história de fama mundial, foi considerado um caso irrecuperável. Você queria ter assinado este atestado?

Por Ana Paula Ruggini Zarpelon, professora atuante em escola de periféria no município de Curitiba.

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