sábado, 11 de agosto de 2012

Caro leitor,

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Mais uma interessante e reflexiva crônica da nossa amiga e candidata a vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, Deborah Prates.
Descrição da imagem para deficientes visuais: No desenho aparece no centro um balanço de madeira, com uma menina negra, de cabelos pretos encaracolados e esvoaçantes, um vestido verde e azul e meias verdes, apresentando um largo sorriso. Os sapatos pretos da menina estão no chão. O balanço está preso a um galho de árvore, esta localizada à direita da imagem. O chão é recoberto de grama amarelada e há folhas caindo da árvore, evidenciando paisagem de outono.
O som era confuso. Um murmurinho danado de crianças numa das esquinas da Praia do Flamengo. Em sua cadeira de rodas Pedro, quase agarrado nas grades verdes do Palácio do Catete, cobiçava aquele balanço que ia e vinha cada vez mais ganhando altura. Os cabelos da menina embaralhavam seu rosto de forma engraçada. O menino sorria tristemente sonhando com a experiência de também estar naquele balanço.
No interior do parquinho Soninha acompanhava a gritaria atentamente tentando chegar, com sua pequena bengala, no escorrega para também dar o seu gritinho de satisfação no deslize do brinquedo.
Noutro lado do lago estava um grupo de crianças surdas conversando em LIBRAS com outros coleguinhas que se encontravam em frente dando pipocas aos patos.
Mães tentavam desviar seus filhos dos perigos oferecidos pelos brinquedos em movimento.
Nada de nada de acessibilidade! Nem mesmo marcações alertando distâncias – para proteção – a serem obedecidas pelos responsáveis e crianças existia! Falo de providências de custo baixíssimo!
Inacreditável constatar que até as crianças com deficiência permanecem INVISÍVEIS aos olhos da sociedade. O Sr. Gestor está indiferente à dor, às alegrias ou aos desgostos dos “pequenos”. Certo é que rodei com Jimmy Prates – meu pessocão – inúmeros parques e praças públicas em busca de acessibilidade nos brinquedos sem encontrar algum na grande Rio de Janeiro. No Aterro do Flamengo, por ilustração, achei, em boa quantidade, brinquedos com fezes dentro ou ao redor, dando conta da total apatia dos Srs. Administradores da enorme área de lazer. A saúde e a segurança das crianças não são negociáveis!
Ouvindo o noticiário televisual, não tão distante, estava a nossa presidente afirmando que as nossas crianças são o futuro do Brasil. Parece óbvio, né? Pois é, mas a realidade dá conta de que as crianças COM deficiência na RJ estão fora dessa contemplação.
Então é que vale repetir que INCLUIR É PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SOCIEDADE IGUAL PARA TODOS. O que notamos é que algumas crianças, para o gestor e coletividade, são mais iguais que outras! Sabido que através da brincadeira a integração, a participação e a socialização das crianças acontece de forma a transformá-las em adultos sãos.
Parabenizo a cidade de Cubatão que está muito à frente de nós. Lá existe um playground adaptado, doado por empresários que amam os seus semelhantes, composto por um carrossel e dois balanços frontais adaptados para cadeiras de rodas e uma casa do Tarzan, com cadeiras especiais para crianças com dificuldades de locomoção. O playground tem ainda uma casa de bonecas e outros dois balanços adaptados que já haviam sido adquiridos pela Prefeitura.
No entretanto, no PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE não há HUMANIZAÇÃO por parte da administração e empresários. Sempre prudente repetir que os cariocas não vivem nos cartões postais que a prefeitura exibe para o Planeta! Não. O nosso dia-a-dia é bastante cruel e sacrificado. Afora a parte turística a INACESSIBILIDADE é o retrato da RJ por todo canto. Precisamos ou não implementar a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ? Temos que focar a FAMÍLIA, a fim de que passemos a ter PERSONALIDADES ÉTICAS.
Escrevendo essa crônica veio-me a mente um pensamento de Platão que, guardando-se as devidas proporções, ilustra legal a espiritualidade da RJ. “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.”
Quando despertaremos? Somos os culpados por tudo de mal – culturalmente falando – que nos acontece. O outubro eleitoral vem aí!
Carinhosamente.
DEBORAH PRATES e JIMMY PRATES

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