domingo, 19 de agosto de 2012

Avaliar é indispensável!


                          
           Sempre defendi  a ideia de que uma educação de qualidade precisa passar por avaliações permanentes, sejam  elas  nas estratégias que os professores utilizam para avaliar seus alunos, na forma que os professores e gestores são avaliados, na  maneira  que eles possam avaliar o sistema  de ensino e quando a comunidade escolar participa destas avaliações o ciclo se   completa.  Evidente que avaliar apenas para atingir metas ou números não condiz com o conceito. Cada avaliação deve ser aplicada num processo formativo onde ao invés de reclamar ou festejar resultados, possa se perceber o que é possível aprimorar  e realmente construir conhecimento, alunos críticos e criativos e educação de qualidade.
            Minhas análises se estendem  ao IDEB, uma forma se não perfeita mas interessante de verificar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica  é um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino. Criado em  2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Na sua primeira aplicação, tive a oportunidade de  participar  como gestora, muito já melhorou. Mesmo porque era uma novidade para todos, professores, gestores, alunos, pais.
            Posso afirmar que depende  e decisoriamente  da seriedade da aplicação das provas o quanto realmente o aluno  aprendeu, o quanto realmente ele realiza as atividades de interpretação sem auxílio dos avaliadores, para que se compreenda, das informações prestadas nos índices se são reais ou não, se nelas não existiram erros ou equívocos de desatenção . Presenciei informações que foram enviadas incorretamente e depois de computadas tornam-se imutáveis, baixaram os índices e  precisaram aguardar nova avaliação  dois anos depois.
            É uma forma de medir e avaliar num cenário nacional, com toda  a complexidade que nosso país possui, sejam elas  territoriais, regionais ou locais.  O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do inep  e em taxas de aprovação.  Assim, se o sistema de aplicação e de informações  for realmente sério e os alunos realmente estiverem aprendendo e frequentando ativamente as escolas, chegaremos a  um número que possa expressar algo verdadeiro. Evidente que dados alcançados em educação dependem historicamente de um processo educacional, diferente do que  alguns  imaginam  um índice  positivo ou não, não se  atinge da noite para o dia, depende de uma caminhada e de muitos profissionais envolvidos no processo. Já presenciei professores vibrando por que os “seus” alunos foram bem, não compreendendo eles que os seus alunos tem uma história educativa,  para chegarem ao ponto que estão.
            Certamente existem avanços e conquistas na educação, caso contrário estaríamos escrevendo na lousa,  contradigo  veementemente aquela velha história de que se um homem ficasse dormindo por muitos anos e acordasse  tudo estaria diferente e  o único local que estaria igual seria a Escola. Não! A Escola não está igual ela melhorou e muito, em alguns quesitos possa até ter  piorado, talvez quando começou a perder o envolvimento com as comunidades locais e com as famílias, e vice versa, mas  que agora vem retomando.  Nossas    conquistas são fruto de muito trabalho sério e bem intencionado, de profissionais  que merecem o título de professores, de gestores que sabem gestionar, de formação inicial e  continuada, de material didático e tecnológico, leis, resoluções, conselhos instituídos, enfim de todas as vitórias  que foram se realizando ao longo da história.
            Dos números propriamente ditos,  estes que a mídia nos apresenta e que certamente será utilizado em “palanques”, basta observar o contexto e verificar que ainda precisamos avançar muito, é  inegável. Precisamos de mais investimentos e aplicação gestora em educação. Inconcebível que nos conformemos  com o que se apresenta, ainda mais quando temos certeza de quantos analfabetos funcionais frequentam nossas séries  finais, de quantos terminam as séries iniciais sem decodificar letras, de tantos outros que  não interpretam não produzem textos, não leem com fluência e não conhecem e lutam pelos  seus direitos de cidadãos. Não conseguem ser aprovados em vestibulares ou outras provas. De quanto  falta neste Brasil de meu deus. Basta observar a qualidade de alguns cursos de formação de professores,  na falta de gestão das políticas públicas, no acesso a livros e materiais didáticos , na falta de planejamento e  de vontade de alguns profissionais, na falta de salários dignos e incentivo profissional. Temos muitos abnegados, profissionais da educação, que caminham SEMPRE independente de, minha deferência especial a todos que tem a profissão  e a vocação de serem professores, somos parte ativa das conquistas.
             Eu acredito na  EDUCAÇÃO, mas sei que  ainda tem muito por  se fazer e  sei  que sempre terá!



Cátia Regina Marangoni Geremias
Professora e Assessora Educacional

3 comentários:

  1. Cátia, eu concordo Plenamente e acho que a Avaliação deve ser em todos os tipos de trabalhos. Eu particularmente me auto-avalio sempre. Seja eu mesma ou pedindo ajuda. Quero sempre saber se uma palestra que dei aos alunos foi legal, o que preciso melhorar para a próxima, se as merendeiras gostaram da formação, se as crianças/alunos estão gostando do cardápio. Beijos, Cátia, fique com Deus.

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  2. PARABÉNS PELO BELO TEXTO. Falou tudo mesmo. E claro que os profissionais que fazem a diferença precisam mesmo serem parabenizados , pois esses acreditam numa educação de qualidade e fazem acontecer o diferencial.

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  3. Concordo veemente com seu texto. Afinal de contas a avaliação é fato para "medir" o conhecimento dos alunos/crianças. E tbém nos auto avaliar constantemente, nosso trabalho não pode ficar a mercê, sem linhas a serem seguidas, sem planejamento, sem registros, sem pedagógico... mas nem tudo são flores...Creio que na educação em si, falta muito para ser de qualidade, por uma Bandeira da Educação para e de TODOS.

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Eu aguardo as sementes que você possa vir a lançar. Depois selecioná-las e plantar.

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